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Sempre é sobre a educação

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A valorização da educação sempre foi uma preocupação desta coluna. Esse tema não se cansa nem se cansará de marcar presença por aqui. Nesta semana, li a notícia de que estudo da Escola de Economia de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas, mostra que um aumento mínimo nas notas dos testes do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) seria suficiente para representar ganho de 1 a 2,2 pontos percentuais no Produto Interno Bruto (PIB) per capita, a cada ano. Isso significa que a qualidade da educação está associada a maiores taxas de crescimento de um país.

Claro que não dá para reduzir a educação a somente um mero indicador econômico, porque ela vai além. Mas, se é tão importante para a economia, por que é tão negligenciada? Dados revelam que o país terminou o ano de 2022 com um crescimento de 2,9% do PIB, colocando-se na posição de 12ª economia do planeta. Se o objetivo é melhorar esse ranking, a fórmula é investir nas salas de aula. Todavia, não é isso que temos presenciado.

De acordo com o Pisa, seis a cada dez estudantes do ensino fundamental não possuem o nível básico em matemática, e um a cada dois não atinge esse parâmetro em relação à leitura. O que deixa a situação ainda mais grave é que esses níveis quase não apresentaram variação ao longo de dez anos antes da pandemia. A educação foi um dos setores mais atingidos pelo coronavírus, e os anos de afastamento das aulas presenciais podem prejudicar ainda mais esse quadro.

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O Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) mostrou que, em 2021, houve retrocesso sem precedentes no que diz respeito ao aprendizado dos alunos durante o tempo de ensino a distância. Os resultados divulgados pelo Inep/Ministério da Educação apresentam que o Brasil teve perda de desempenho educacional em todas as disciplinas analisadas e em todos os ciclos do ensino básico quando comparados com os resultados de 2019. Segundo os indicadores, o nível de proficiência média dos alunos do 9º ano na disciplina de matemática caiu para os níveis de 2015, enquanto a proficiência desses alunos na disciplina de língua portuguesa caiu para os níveis de 2017.

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O estudo da FGV destaca que o aumento da qualidade do ensino básico nos municípios brasileiros está associado a ganhos expressivos na geração de empregos entre jovens. Considera, ainda, que o capital humano é um fator extremamente relevante para explicar as diferenças de crescimento econômico entre países. Além disso, aponta a associação entre escolaridade e produtividade para explicar a diferença de renda dos trabalhadores.

Como podemos ver, a acumulação de capital humano é um dos principais motores do crescimento, além de canal para a realização das aspirações das pessoas. Dessa forma, a agenda que deveria nos mobilizar, enquanto sociedade, é ter o foco nos investimentos públicos voltados para a qualidade de ensino e na formação de capital humano desde os primeiros anos de vida.

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Se existem pesquisas que comprovam, indubitavelmente, que o investimento em educação de qualidade é a alavanca para nosso crescimento econômico e para todas as benesses que dele vier, cabe a nós, brasileiros, exigir de nossos governantes, nos âmbitos federal, estadual e municipal, mais atenção com as escolas, para que possamos vislumbrar um futuro melhor para as novas gerações. No final das contas, tudo é sempre sobre a educação, sem a qual se torna impossível alcançar uma sociedade mais justa e de oportunidades para todos.

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