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O acaso não existe

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O acaso parece ser um cromo integrante na história do Tupi. Não há como negar que o Carijó convive – talvez mais do que gostaria – com o improvável. A própria alcunha de Fantasma do Mineirão é considerada obra do imponderável para os rivais lá de Belo Horizonte. Em várias situações, contudo, a casualidade é alheia à competência juiz-forana. Se a história do Alvinegro fosse contada por um álbum de figurinhas, no rodapé da página que eternizaria as imagens de Toledo, Ademilson e do gigante Geraldo Magela não poderiam faltar cromos para contar confusões como a protagonizada por um tal massagista da Aparecidense.

Agora, mais uma vez, o acaso parece rondar o Tupi pela via indireta. Classificado pela primeira vez para a terceira fase da Copa do Brasil, o Carijó vai enfrentar um Ceará dividido por uma dúvida causada pela confusa organização do futebol brasileiro. Campeão do Nordeste, o Vozão tem vaga assegurada na Copa Sul-Americana, mas há quem diga que a cadeira na competição internacional pode ficar comprometida caso a equipe cearense avance às oitavas de final do torneio nacional.

Tal possibilidade estava prevista no regulamento do ano passado. “Na hipótese do clube campeão da Copa do Nordeste vier a classificar-se para a 4ª fase da Copa do Brasil, esse clube estará automaticamente impedido de participar da Copa Sul-Americana”, dizia parágrafo único do regulamento da Copa do Nordeste do ano passado. O dispositivo, entretanto, não consta nas regras da Lampions League deste ano, mas há quem defenda que a restrição persiste, já que as datas das duas competições são conflitantes.

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Assim, o Vozão vive um dilema. Pela falta de clareza nos textos produzidos pelos cartolas do futebol pentacampeão, avançar na Copa do Brasil pode significar abandonar uma aventura continental. Entretanto, ingênuo seria o torcedor carijó imaginar que o Ceará pode facilitar uma classificação mineira. Os cearenses vão brigar até o fim pela vaga nas duas competições – o que seria justo caso apresente um futebol melhor e vença em campo os juiz-foranos.

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A nosso favor, a sina de que, quando o tal imponderável atravessa o nosso caminho, as coisas costumam terminar de forma feliz para o clube de Santa Terezinha, seja no caso do Esquerdinha e no eternamente assombrado Mineirão. Em tempo, duas reflexões sobre a gestão do futebol brasileiro:
– “CBF, você é uma vergonha! Vergonha!” (SHEIK, Emerson)
– “7 a 1 foi pouco!” (Sabedoria popular)

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