Com o intuito de melhorar a educação no Brasil, o presidente Michel Temer sancionou, em fevereiro de 2017, uma proposta que mudará a estrutura do Ensino Médio no país.
É o chamado Novo Ensino Médio, cuja ideia foi motivada pelo desejo de aumentar o nível de qualidade desse período estudantil, uma vez que os dados do índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) apontaram uma estagnação entre 2011 e 2015.
A proposta de mudança também foi determinada por conta do aumento da evasão escolar nos três anos educacionais no Ensino Médio.
Embora ainda não tenha sido implementada, O Novo Ensino Médio tem causado dúvidas e incertezas, principalmente, no que diz respeito ao seu formato e no que ele pode influenciar na vida dos jovens estudantes.
Para tornar o tema mais claro, serão destacadas, a seguir, as principais alterações que irão impactar nessa fase educacional.
O Novo Ensino Médio
É uma proposta do governo Federal que visa flexibilizar a grade curricular do ensino médio.
Para isso, foi necessário rever a grade curricular – que, atualmente, abrange 13 matérias – e dividi-la em duas partes:
– 60% do espaço para disciplinas obrigatórias que serão definidas de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC);
– 40% do espaço para matérias flexíveis, que poderão ser escolhidas pelos estudantes para aprofundar os estudos; os chamados itinerários formativos.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
É um documento no qual estarão reunidos todos os objetivos e todas as regras que serão essenciais à aprendizagem de alunos ao longo de todos os anos: desde a Educação Básica até o Ensino Médio.
Isso significa que a BNCC norteará o currículo escolar, com propostas pedagógicas para todas as escolas das redes pública e privada do Brasil.
A Base Nacional Comum Curricular também será a responsável pela definição dos estudos das matérias obrigatórias, que correspondem a 60% do espaço dividido pelo Novo Ensino Médio.
As matérias obrigatórias
São disciplinas comuns a todas as escolas (públicas e privadas) e que deverão ser ministradas, obrigatoriamente, no 1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio.
As matérias são:
- – Matemática
- – Português
- – Língua Inglesa
- – Educação Física
- -Filosofia
- -Sociologia
As matérias flexíveis (Itinerários Formativos)
São formadas por 4 áreas de conhecimento e formação técnica profissional. Elas podem ser escolhidas pelos alunos para aprofundar os estudos, de acordo com seus interesses disciplinares:
- – Linguagem- Matemática
- – Ciências da Natureza
- – Ciências Humanas
- – Formação Técnica e Profissional
Carga horária
No Novo Ensino Médio, as atividades opcionais serão realizadas dentro de um prazo de 1.200 horas por ano.
Já os estudos das disciplinas obrigatórias terão carga horária de 1.800 horas anuais.
Ensino Integral
Será implantado em escolas públicas e particulares o tempo integral, mas de forma gradativa.Atualmente, a carga horária é de 800 horas anuais.
A proposta é aumentar para 1 mil horas, em um prazo de 5 anos. Após esse período, as horas aumentariam para 1,4 mil, mas de forma progressiva e sem um tempo estipulado para alcançar essa meta.
Veja como ficará a carga horária para o Ensino Integral:
Formação Técnica Profissional
Atualmente, para um aluno completar o curso técnico a nível médio são necessárias 2,4 mil horas ao longo de 3 anos do ensino regular, e mais 1,2 mil horas do técnico.
No entanto, o Novo Ensino Médio prevê que o estudante curse o ensino técnico a nível médio dentro da carga horária do ensino regular, desde que ele esteja matriculado e frequente as aulas de matemática e português – obrigatórias no currículo educacional.
Os conteúdos, por sua vez, serão repassados por profissionais com o chamado “notório saber”.
O “profissional com notório saber”
São profissionais reconhecidos pelo sistema de ensino que podem ministrar aulas de formação técnica, desde que as disciplinas estejam ligadas às áreas de atuação deles.
Isso significa que os profissionais de notório saber não precisam ser, obrigatoriamente, graduados em cursos de licenciatura para dar as matérias de formação técnica.
Quando a reforma entrará em vigor
Segundo o governo, até 2018 a reforma não entrará em vigor.
A implantação do novo ensino médio depende da aprovação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que ainda está em processo de elaboração.
A BNCC precisa ser encaminhada ao Conselho Nacional de Educação, que terá de aprová-la, para depois ser homologada pelo Ministério da Educação (MEC) e publicada no Diário Oficial da União.
Após um ano dessa publicação é que o novo Ensino Médio começa a valer.
Como ficará o Enem com o Novo Ensino Médio
De acordo com o Ministério da Educação (MEC), a reforma do Ensino Médio não resultará em uma mudança repentina no Enem, principalmente no que diz respeito ao conteúdo cobrado no processo seletivo.
Para o MEC, as alterações mais significativas deverão ocorrer a partir de 2019, quando a maioria das escolas já estará adequada ao novo formato do Ensino Médio.
Resumão
Confira, abaixo, como o resumo de como será o Novo Ensino Médio, com as mudanças propostas pelo governo Federal.