Ana Hallack narra a cumplicidade entre um menino e o vento

Por Marisa Loures

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A pedagoga Ana Hallack estreia na literatura com “O menino e o vento”, cuja mensagem a ser transmitida é a de um mundo a ser explorado, repleto de sons, cores e magias – Foto Divulgação

Ana era uma menininha que adorava brincar de braços abertos e sentir o vento no rosto. Fechar os olhos, ouvir o canto dos pássaros, observar joaninhas no jardim do prédio. Anos e anos mais tarde, já casada e mãe de dois filhos, essas lembranças doces  e simples da infância retornaram e serviram de inspiração para o primeiro livro publicado. “O menino e o vento” (Gryphon Edições, 24 páginas) é a obra de estreia da pedagoga e autora Ana Hallack. Voltada para o público infantil, ela tem lançamento previsto para o dia 15 de junho, das 18h às 20h, no Espaço Excalibur (Rua São Mateus 265).

“Quero transmitir a mensagem de que há um mundo repleto de sons, de cores e de magias ao nosso redor, a ser explorado e vivenciado. “O menino e o vento” é a descrição de uma cena, em um bosque, na qual o menino percebe, ama e interage com a natureza a sua volta. A natureza também o conhece e o ama. Há uma cumplicidade entre eles. Um sentimento mútuo de carinho e admiração”, explica a escritora.

Nascida em São Paulo, Ana mora em Juiz de Fora há cerca de 10 anos. Foi aos 3 anos, ela conta, antes mesmo de ser alfabetizada, que sua relação com as palavras começou a ser cada vez mais próxima. “Pegava papel, lápis e borracha e fingia escrever enquanto inventava histórias. Dizia para as pessoas que eu seria ‘escrevedora’ quando crescesse. Percebendo a surpresa que a minha resposta causava, explicava-lhes que ‘escrevedora’ é uma mulher que escreve histórias. Por isso, acho justo dizer que minha primeira motivação veio daquela criança tão decidida”, diz Ana, que sempre foi embalada por Charles Perrault, Christian Andersen e Monteiro Lobato.

Marisa Loures – Por que começar uma história como escritora na literatura infantil?

Ana Hallack – Pela minha própria formação acadêmica. Escolhi trabalhar com crianças e para as crianças. Agora já não exerço a profissão de educadora nas escolas, mas não quero me separar deste universo infantil.

– E quando escreveu, pensou em como sua obra pode ser um instrumento para auxiliar na educação?

Acredito que livros são instrumentos importantes e necessários na educação e, consequentemente, na formação do ser humano. Além da mensagem trazida pelo “O Menino e o Vento”, o livro oferece a possibilidade para a criança desenvolver sua criatividade. Como nenhuma informação sobre o menino é revelada, ela pode lhe dar o nome que quiser, por exemplo, o nome do seu melhor amigo, o nome do seu pai ou seu próprio nome, pode atribuir-lhe a idade que ela acha que o menino tem, o bosque pode ser qualquer lugar que ela queira que seja, como o quintal da casa da avó. A partir dessa criação, a criança fala muito de si e participa com os colegas das histórias que eles também criaram, resultando numa rica troca de experiências e respeito ao próximo.

– Seu livro me transmite uma ideia de delicadeza e simplicidade. Não só pelo texto, mas pelas ilustrações da Mariana Hallack também. Qual o maior desafio em resgatar as crianças de hoje, tão envolvidas com o meio eletrônico, para narrativas nos livros e para o que é simples?

São vários os desafios. Considero que um dos principais é encontrar um meio de apresentar e oferecer às crianças outras experiências que não através de celulares, computadores ou tablets. E nesta proposta está “O menino e o vento” com sua delicadeza, sua simplicidade e ilustração repleta de surpresas. Em várias oportunidades, quando houve esta possibilidade de envolver as crianças em outras atividades não ligadas à eletrônica,como fazer e soltar pipas, brincar com jogos de mesa, fazer passeios ao ar livre ou lerem e manusearem livros, os resultados foram excelentes.

– O que você sonha como escritora e para “O menino e o vento”?

Como escritora, tenho a intenção de apresentar novas propostas. Fazer da criança um assíduo leitor, mas também contribuir para que seja capaz de escrever suas próprias histórias. Para o “O menino e o vento”, como é um livro que permite várias possibilidades de trabalhos pedagógicos, quero fazer um trabalho de divulgação nas escolas e que ele possa ser adotado no ensino infantil e fundamental. Que contribua com pais e educadores na formação de seus filhos e alunos. Espero que muitas crianças tenham acesso ao livro e que levemos valores nele contidos ao longo de suas vidas. O livro foi pensado e elaborado para ser contemplado, para ser lido serenamente enquanto se aprecia cada desenho, desfrutando com o menino uma encantadora viagem.

 

capa do livro O menino e o vento 2

“O menino e o vento”

Autora: Ana Hallack

Ilustradora: Mariana Hallack

Editora: Gryphon Edições, 24 páginas.

Lançamento:

15 de junho, das 18h às 20h, no Espaço Excalibur (Rua São Mateus 265).

O livro pode ser encomendado através do e-mail [email protected]

 

Marisa Loures

Marisa Loures

Marisa Loures é professora de Português e Literatura, jornalista e atriz. No entrelaço da sala de aula, da redação de jornal e do palco, descobriu o laço de conciliação entre suas carreiras: o amor pela palavra.

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