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Hospital Unimed: um propósito para o que há de melhor no humano

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Não é novidade que o hospital da Unimed Juiz de Fora, em fase final de construção no Salvaterra, nasce com uma missão muito particular, a despeito da já excelente qualidade encontrada na rede prestadora local de assistência à saúde: queremos ser referência em atendimento humanizado, indo de encontro a uma prática mundial perversa, mercantilista, que contraria a essência do que temos de mais legítimo: o cooperativismo.

Não é de hoje que lutamos obstinadamente contra esse modelo tecnicista, acrítico, que aprisiona e adoece profissionais, pacientes e toda a nossa sociedade, calcado em leis e regras mercadológicas que deixam as necessidades reais dos pacientes em segundo plano e comprometem a segurança assistencial. Para isso, estamos nos preparando muito e buscando o que há de mais original no mundo, para que a devastação provocada pela indústria multinacional de insumos médicos (materiais, equipamentos, medicamentos) encontre freio pela adoção de práticas humanizadas, acolhedoras, sensíveis ao toque, à relação respeitosa, justa e consciente entre o médico e seu paciente.

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Não se trata de substituir simplesmente o “touch” tecnológico nas telas de modernos e sofisticados equipamentos médicos, ou mesmo o toque virtual, pelo toque físico na pessoa (real) que está bem à nossa frente.A grande questão em pauta hoje é a sobreutilização de recursos tecnológicos que, feita sem critérios, levanta questionamento sobre o cuidado prestado ao paciente, podendo trazer mais danos que benefícios. Acredita-se que um terço dos gastos mundiais em saúde seja desperdício, com a realização de exames, de procedimentos e do uso de medicamentos de forma indiscriminada, inclusive.

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Felizmente, dois novos movimentos mundiais, Slow Medicine e ChoosingWisely, iniciados, respectivamente, na Itália e nos Estados Unidos, com presença no Brasil, acendem os holofotes a respeito desse “excesso de tratamento”, sobre “a morte por cuidados excessivos”. Tendo como pano de fundo a medicina baseada em evidências, esses dois movimentos são um ponto de inflexão paraa mudança profunda em práticas médicasmotivadas, inclusive, pela imposição de pacientes que conheceram um novo tratamento por meio da internet ou de algum programa de TV – a conhecida medicina “defensiva”, fruto da judicialização da saúde.

Dias atrás, São Paulo (SP) sediou o Conecta Saúde, evento promovido pela Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo, que trouxe ao Brasil o médico italiano e secretário-geral da Associação Italiana de Slow Medicine, Marco Bobbio.Em entrevista à imprensa, Bobbio mencionou o que já foi comprovado por diversos estudos no mundo: “A tecnologia não é objetiva”. Falar desta subjetividade tecnológica é antes de tudo privilegiar a relação médico-paciente baseada na escuta sensível, no diálogo, no compartilhamento das decisões. É apostar mais na experiência profissional, na evidência, no histórico, que na tecnologia que expõe o paciente a riscos, às vezes, desnecessários.

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Por isso, o hospital da Unimed Juiz de Fora vem de fato, com uma proposta disruptiva, mais humanizada e acolhedora, unindo forças para a maior racionalidade e sobriedade na aplicação dos recursos diagnósticos e terapêuticos, resgatando a importância do humano

Claro que a mudança cultural que objetivamos não virá só porque a desejamos, mas porque nossos alicerces, assim como os do novo hospital, são embalados pelos ideais cooperativistas e, portanto, sem o ânimo do “lucro pelo lucro”.

Nosso foco são resultados eficientes em saúde para a sustentabilidade – pessoas, processos e planeta -, inclusive daqueles que depositam suas economias mensalmente à espera de que lhes ofereçamos o melhor, por confiarem em nosso trabalho

Em momento apropriado, todos os stakeholders, incluindo os beneficiários da Unimed Juiz de Fora, serão convidados a participar desta grande construção. Construção que vai muito além das paredes de um belo projeto arquitetônico, mas que somada a ele, pretende ser referência para o que há de mais belo no humano.

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* Hugo Borges é médico formado pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Presidente da Unimed Juiz de Fora, é considerado um dos 100 nomes mais influentes da saúde no Brasil.

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