Todo dia ela faz tudo sempre igual. Ou melhor quase todo dia. É que às terças e quintas, ela tem um compromisso que segue, religiosamente, assim como as missas de domingo: ir ao Espaço Viver Bem (EVB) da Unimed Juiz de Fora, para fazer a atividade física supervisionada por uma equipe que ganhou o coração, literalmente, da hipertensa Maria da Glória Nunes de Paula, de 84 anos. A aposentada integra grupo de juiz-foranos acima de 60 anos com doença crônica que o Diagnóstico Socioeconômico da População Idosa de Juiz de Fora, feito pela Universidade Federal de Juiz de Fora,tão bem identificou. Das 282 pessoas ouvidas pela pesquisa, 79,1% indicaram ter algum tipo de doença e 63,5%disseram ter, pelo menos, uma doença crônica (ver quadro). Os números são preocupantes, uma vez que a população idosa é a que apresenta o maior índice de crescimento na cidade e no Brasil.
“Eu ganhei confiança. Mesmo sabendo da minha doença, sinto que estou saudável e que se prosseguir cuidando de mim como me orientaram, corro muito menos risco”. Hoje, o melhor fazedor de churrasco da família, segundo ele, suprimiu a carne vermelha do seu prato e acrescentou muita salada e carne de frango. Como resultado, somado à regular prática de atividade física, perdeu 12 quilos em cerca de seis meses. “Já recomendei o programa da Unimed para meu vizinho. Minha pressão arterial que antes era de 16 por 10, atualmente fica entre 10 por 6 ou 11 por 7”, comemora o jornalista que se prepara para viver a emoção do casamento do filho, o primeiro na família, sem medo algum de ter o coração aos pulos.
Envelhecimento não é sinônimo de doença
A prevenção é a decisão mais acertada para quem não quer fazer parte da estatística que coloca a maioria dos idosos ouvidos na pesquisa da UFJF como vítimas de doenças, sobretudo as crônicas, a exemplo da hipertensão, do diabetes e da obesidade. “É fundamental dissociar o processo de envelhecimento da chegada de doenças. Afinal, é possível envelhecer com saúde e com muita qualidade de vida”, afirma a diretora de Provimento de Saúde da Unimed Juiz de Fora, Nathércia Abrão, que lidera, desde 2005, os programas de medicina preventiva da cooperativa. Ou seja, prevenir também é pensar fora da caixa.
Gestora do Espaço Viver Bem, a enfermeira Juliana Albuquerque explica que atualmente os idosos representam de 11% a 12% da carteira de mais de cem mil vidas cobertas pelo plano de saúde na cidade. No entanto, consomem o maior recurso financeiro todos os meses. Para mapear a saúde deste grupo, a operadora decidiu valer-se da prevenção e lançou, em 2016, o Telessaúde – Idoso, uma busca ativa por telefone que tem como objetivo identificar os riscos e as ameaças ao bem-estar dos clientes acima de 60 anos, por meio de um questionário.
“Dividimos este público em três grupos: robustos, idosos mais ativos sem perda de funcionalidade; pré-frágil, idosos com fatores de risco para a fragilidade, e frágeis, que já possuem alguma perda de funcionalidade ou são mais vulneráveis a desfechos desfavoráveis à saúde”. Tantaatenção com o idoso rendeu à Unimed Juiz de Fora a classificação na categoria azul, a mais completa de todas, do Projeto Idoso Bem Cuidado, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Embora, porém, esse público mereça olhares mais atentos, como mostram as mais diversas estatísticas, as linhas de cuidado do programa de medicina preventiva da cooperativa abrangem clientes de todas as idades, inclusive para os que acabam de nascer. O motivo é simples. O maior foco da prevenção sempre éa defesa da vida em todas as suas fases.