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Colorido das campanhas traz luz para falar de dor e amor

thathyana polito unimed
Thathyana Rocha:“Muitas vezes se confunde a doença com a pessoa, sendo que essa pessoa que está doente é a mesma de antes, com seus sonhos e desejos” (Foto: Gal Oliveira)
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Outubro rosa, novembro azul, novembro dourado… Uma paleta de cores se abre bem à nossa frente para lançar luz sobre uma doença, em particular, que ainda é cercada de estigma e tabu até na pronúncia do nome: o câncer. Apesar da dor, inclusive emocional que provoca para muita gente, cada vez mais é preciso falar sobre câncer, afinal a informação é a melhor aliada para se lidar com algo geralmente visto como ameaça à vida, até porque para muitos tipos de câncer há tratamento e cura.

O pensador francês,François de La Rochefoucauld (1613-1680), já dizia: “Não podemos olhar fixamente nem o sol nem a morte”, lembra a psicóloga do Programa de Atenção Domiciliar da Unimed Juiz de Fora, que atua na Unidade de Cuidados Continuados (UCC), Thathyana Rocha dos Santos Polito, ao considerar a dificuldade da verbalização ou a utilização de adjetivos para o câncer, como “doença ruim”, “doença maldita”. “Tem muito a ver com correlação que as pessoas fazem entre a doença e a morte, o medo de morrer, de perder. Por isso digo sempre que é preciso buscar o conhecimento. Não é ser especialista como o médico, mas saber sobre a doença e o tratamento. Nem todo tumor é maligno, metastático. É verdade que, algumas vezes, não vai existir a possibilidade da cura, só a do cuidado e a do conforto. Mas saber disso é fundamental até para a tomada de decisão”.

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Diariamente, Thathyana convive com famílias que estão às voltas com a doença e sempre incentiva, quando possível, que o paciente e os familiares se informem sobre o câncer e fale dele da forma que  conseguirem.Mas há sempre quem prefira evitar o assunto mesmo estando doente. “O conhecimento faz este tabu ficar menor, faz as pessoas olharem para a doença de forma diferente. O mais importante é a tomada de consciência e a desmistificação da palavra e do que significa estar doente,” esclarece a psicóloga.Afinal, há uma grande diferença entre estar doente e ser doente. “Muitas vezes se confunde a doença com a pessoa, sendo que essa pessoa que está doente é a mesma de antes, com seus sonhos e desejos”.

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“Já perdi parentes e amigos pelo câncer e, sinceramente, não me conformo como o homem vai à Lua, mas não encontra a cura para o câncer. Não entra na minha cabeça”, conta o narrador Everaldo Marques, da ESPN.

Em geral, o silêncio sobre o câncer revela muito sobre o paciente ou o familiar e a forma como transitam pela vida. “É possível que haja uma dor grande por trás deste não falar. Nem sempre o motivo é a falta de conhecimento, mas o sofrimento que a experiência causa ou causou. O ideal é que a gente fale, respeitando sempre o quê e o quanto o outro deseja saber, permitindo que isso se torne cada vez mais fácil de ser escutado e falado”, acrescenta Thathyana.

Dono de uma das vozes mais conhecidas nas transmissões da ESPN e de grande carisma junto aos telespectadores, o narrador, radialista e apresentador esportivo, Everaldo Marques, às vezes, se refere ao câncer como “doença maldita”. “Já perdi parentes e amigos pelo câncer e, sinceramente, não me conformo como o homem vai à Lua, mas não encontra a cura para o câncer. Não entra na minha cabeça”.

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Mesmo sentindo-se assim, Everaldo explica que não evita falar da doença. “Tenho também uma atitude positiva. Sempre digo que todos nós temos uma mulher importante nas nossas vidas – mãe, irmã, filha, namorada, esposa, amiga – por isso, todos nós podemos alertar alguém sobre a importância da prevenção”, diz referindo-se à campanha de combate ao câncer de mama, destacada nas transmissões da National Futebol League (NFL).

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