Ícone do site Tribuna de Minas

Febre amarela, uma doença que veio para ficar

PUBLICIDADE

 

A cobertura vacinal do maior percentual possível da população contra a febre amarela é condição fundamental e determinante para impedir o avanço da doença. (Foto: Fernando Priamo)

A forma como a febre amarela vem incidindo no país desde o ano passado deixa sérios indícios de que é uma doença veio para ficar e com a qual os serviços de saúde e a população terão que conviver. No caso específico de Minas Gerais, mesmo em municípios maiores, como Juiz de Fora, há grandes áreas com cobertura vegetal que caracterizam ambiente favorável para a manutenção dos vetores transmissores da doença. É o que explica o subsecretário de Vigilância Epidemiológica e Proteção à Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Rodrigo Said. “É um cenário bem complicado. Por isso, queremos ultrapassar a meta de 95% de vacinação, que sempre irá garantir uma proteção muito maior”.

PUBLICIDADE

Said observa que ociclo silvestre da febre amarela está se dando nos espaços urbanos, com a transmissão mediada por mosquitos de comportamento mais silvestre. E a tendência aponta para a manutenção do ciclo de transmissão de primatas não humanos. Por isso, a ação que será mantida ao longo de todo o ano é a mobilizaçãoem torno da importância da vacina, tanto junto aos serviços de saúde quanto junto à população. “No nosso último boletim, atingimos a marca de 91% de cobertura vacinal em nosso estado. A meta é 95%, mas o nosso objetivo é ficar mais próximo de 100%”, afirma o subsecretário.

PUBLICIDADE

“Estamos falando de uma doença que a transmissão é vetorial, feita pelos mosquitos, e nos últimos dois anos temos verificado uma alta densidade dos vetores em nosso estado, aliada com esta alta atividade viral, como identificado na comunicação da Fiocruz. Temos um cenário favorável para a transmissão que será modulada conforme o cenário da proteção vacinal”, diz Said. A campanha de vacinação se manterá durante todo o ano com foco em diferentes públicos, a exemplo do que ocorre agora com os adolescentes, incluindo a multivacinação.

“Outra estratégia é que para o enfrentamento da doença é necessário potencializar nossas vigilâncias e epizootias. Desde o ano passado, temos feito várias reuniões com nossas estruturas regionais, com alguns municípios prioritários da estruturação destas vigilâncias e destas epizootias. E isso se mantém como ação fundamental para 2018 e início de 2019”, observa o subsecretário. “Também trabalhamos com oficinas para atualização do nosso plano de contingência como forma preparatória para o próximo período”.

PUBLICIDADE

De acordo com o subsecretário, integra ainda o planejamento do governo do Estadono combate à febre amarela, a discussão das estratégicas de manejo clínico, com o que tem sido aprendido ao longo dos anos, e as de vigilância laboratorial. Said destaca também a capacitação e a sensibilização das equipes de saúde, para que as ações de prevenção e promoção contra a febre amarela sejam partes integrantes das rotinas de trabalho. A cada atendimento em um centro de saúde, por exemplo, mesmo que seja para acompanhamento, é preciso checar se o paciente está com a vacina atualizada ou não.

Sair da versão mobile