A umidade relativa do ar nada mais é do a relação entre a quantidade de água existente no ar e a quantidade máxima que poderia haver em determinada temperatura. A medida é feita em porcentagem, multiplicando a pressão parcial da água e a pressão de vapor da água por 100. O valor da UR pode variar de 0% a 100%. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os limites toleráveis ao organismo variam entre 40% e 70%.
Embora o índice de umidade seja variável ao longo do dia e da época do ano, cidades como Juiz de Fora tendem a apresentar episódios de alta e baixa umidade nem sempre relacionados à estação. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em 2017, a cidade registrou oito baixas de umidade. Dessas, cinco bateram a casa dos 30%, e três ficaram abaixo deste índice, que é considerado pela OMS como “estado de atenção”. Neste ano, no dia 19 de janeiro, pico do verão, a umidade relativa do ar chegou aos 27%. O médico otorrinolaringologista Evandro Ribeiro de Oliveira explica que, nessas condições, o organismo tende a apresentar algumas alterações. “Na presença de umidade do ar abaixo de 40%, podem ocorrer o ressecamento das mucosas das vias aéreas e o acúmulo de secreções, possibilitando doenças de vias aéreas e sangramentos nasais. Já quando a umidade do ar está acima de 70%, ocorre o aumento de fungos, propiciando reações alérgicas e doenças nas vias aéreas respiratórias.”
A umidade e a geografia
A umidade relativa do ar é uma das fases do ciclo hidrológico: a evaporação da água. É quando a água, em estágio de vapor, sobe para a atmosfera e se acumula em forma de nuvens. Nesta etapa, parte do vapor passa a compor o ar circulante. Quando algum material é exposto à umidade, ele perde ou ganha água para ajustar sua própria umidade a uma condição de equilíbrio com o ambiente. Isso ocorre quando a pressão de vapor da superfície do material se iguala à pressão de vapor de água do ar que o envolve. É por isso que, quando estamos com temperaturas elevadas e a umidade passa de 70%, o ar fica saturado de vapor d’água, dificultando a evaporação do suor. “Por outro lado, em tempo seco, portanto baixa umidade, ocorre a desidratação, pois a absorção do suor pelo ambiente fica acelerada, ressecando a pele”, pontua Evandro.
Além de questões sazonais, características geográficas também implicam na elevação ou no declínio da umidade. Segundo o meteorologista do Inmet, Luiz Ladeia, a localização de Juiz de Fora está em uma área de instabilidade, o que favorece a passagem de frentes frias, propiciando grande volume de chuva e pancadas durante o período chuvoso. Entretanto, diferentemente de três anos atrás, quando a cidade registrou queda no volume de precipitações, o meteorologista destaca que o verão de 2018 está dentro da normalidade, assim como o ciclo de chuvas. “Com a chegada do outono, a tendência é a de queda do índice de umidade, pois fica mais frio, e a pressão atmosférica tende a oscilar bastante. A perspectiva é a de que o frio faça presença, já que o ciclo de chuvas está dentro do normal. Não fugimos de qualquer condição negativa ou de excepcionalidade.”