Custos escondidos (ou hidden costs) são aquelas despesas que você não inclui quando está planejando uma viagem e que podem comprometer o orçamento assim que ela começa. Muitas vezes somos pegos de surpresa e um rombo inesperado no valor que temos para gastar quando estamos viajando se torna uma grande dor de cabeça.
À medida que exploramos nosso Brasil e também o nosso mundo vamos aprendendo com as peculiaridades de cada destino e aos poucos fomos criando uma listinha de custos escondidos que passamos a considerar quando estamos montando nossos roteiros.
A lista cresce a cada nova viagem que fazemos, mas os principais e mais agressivos itens estão listados aqui para ajuda-lo, caro leitor. Esperamos que eles também possam aperfeiçoar a precisão com que você separa o quanto poderá gastar em sua próxima viagem.
Deslocamentos entre aeroportos e traslados
Comprar as passagens mais baratas sem antes analisar as conexões é um erro muito comum. Muitas vezes somos seduzidos pelo menor preço ou por alguma promoção bombástica que não paramos para pensar nos gastos de deslocamentos, especialmente quando a conexão exige troca de aeroportos. Até mesmo o preço do traslado, seja de táxi, Uber ou contratado previamente por algum outro serviço precisa ser pensado antes.
O horário de chegada também influencia, principalmente nos voos que chegam após a meia noite, quando os serviços de metrô e ônibus costumam parar e o táxi já atua com bandeiras mais caras. Em alguns casos pagar um pouco a mais no preço da passagem para chegar mais cedo pode resultar em um custo menor de aéreo + traslado do que aquela outra que tem o menor preço.
Impostos em hotéis, restaurantes e em compras
No Brasil estamos acostumados a pagar exatamente o preço que vemos nas prateleiras das lojas, mas saiba que existem países onde os impostos são aplicados no momento em que eles são levados ao caixa. Nos Estados Unidos, por exemplo, cada tipo de produto tem uma tributação específica que pode variar de acordo com o estado, logo, o preço de tudo que se compra em lojas e supermercados aumentará no fim da compra.
Muitas vezes planejamos o quanto gastaremos com alimentação e outros produtos necessários e nos esquecemos de deixar uma margem para esses impostos. Isso pode prejudicar o orçamento da viagem.
O mesmo acontece para diárias em hotéis. Felizmente, algumas ferramentas de reserva de hospedagem, como o Booking, mostram o valor que será pago em impostos. Ela pode ser uma grande aliada de seu planejamento, seja para fazer as reservas em si, seja apenas para consulta de preços.
Em restaurantes, além dos impostos, vale ficar atento ao preço médio da gorjeta, que varia de acordo com o país. De qualquer forma é sempre importante calcular um percentual entre 10% e 20% quando estiver montando o orçamento para alimentação em sua viagem.
Taxa de conversão em moedas
Em viagens internacionais é essencial estar atento às taxas de conversão do Real para a moeda do destino e, principalmente, ter em mente que as casas de câmbio nunca a venderá pelos mesmos valores. O problema é que se você separar uma quantidade de reais para sua viagem, deve levar em consideração o % que será descontado desse montante assim que você fizer a conversão.
Quer um exemplo? Durante nossa última viagem, em Punta Arenas, no Chile, nos pegamos totalmente sem pesos chilenos e tivemos pouco tempo para pesquisar as casas de câmbio da cidade. Dos R$ 600,00 que levamos para trocar, R$ 80,00 foram perdidos na conversão. Essa diferença nós não havíamos considerado em nosso orçamento e em nosso planejamento.
IOF
E se você for tentar fugir das casas de câmbio, mas não tiver um cartão de crédito de outro país, o banco cobrará o IOF em cada transação que fizer. Atualmente ele é de 6,38%, o que significa que a cada R$ 100 reais em compras, R$ 6,38 serão pagos em impostos ao governo. Pode parecer pouco, mas pense que se em uma viagem cujo orçamento é de R$ 10.000,00 você utilizar apenas o cartão de crédito ou débito, R$ 638,00 serão pagos em tributos, logo, o orçamento na verdade será de R$ 9.362,00 – diferença considerável, que certamente prejudicará compras, passeios turísticos e outros itens de sua viagem.
Além do IOF cobrado em sua fatura do cartão, os bancos ainda podem cobrar taxas de saque que variam de banco para banco, e no geral são agressivas.
Água
Gostamos de brincar que a água mineral um dos custos escondidos mais traiçoeiros de todos. Ora, não vivemos sem água e podemos consumir o dobro ou o triplo do que estamos habituados quando turistamos por lugares quentes.
Foi de tanto gastar com água que aprendemos a sempre usar uma garrafinha vazia a qual vamos enchendo nos bebedouros que encontramos pelos pontos que visitamos nas cidades. Entretanto, vamos supor que você prefira comprar água ao invés de carregar a garrafa. Pegue uma cidade turística conhecida: Paris – onde a água custa em média 1,84 euros, ou R$ 6,80 na cotação de setembro de 2017, que é quando escrevemos este artigo.
Consumir dois litros de água por dia (ideal) vai exigir que você compre pelo menos 6 garrafas de 0,5 L, isto é, R$ 40,80 por dia. Supondo que você passará 7 dias na capital francesa, terá gasto R$ 285,60 só com água! A não ser que você reserve um item de seu orçamento de viagem para incluir gastos com água, lembre-se que ela pode fazer parte do grupo de custos escondidos.
Para saber quanto custam a água, o almoço e outros itens essenciais em uma viagem não só para Paris, mas para várias cidades do mundo, acesse nossos infográficos de custos!
Nos vemos em um próximo artigo!