Não sei se você enfrenta problema semelhante, mas eu, até mesmo para digitar o título desta coluna, me embolei nos números e tive que voltar na data para acertar o último dígito. O 2021 já teimava em sair aqui no meu texto. Vira e mexe, costumo me perder em dias da semana e até mesmo nos meses. De 2020 para cá, a sensação é de que a contagem do tempo ficou ainda mais complicada no meu cérebro pouco afeiçoado a essas marcações.
Neste ano, com a pandemia mais controlada – ou com autoridades e dirigentes tapando os olhos para não enxergarem a realidade ao entorno – muita coisa aconteceu no esporte. Até mesmo a Olimpíada, depois de quase um ano de incerteza, acabou rolando. A presença da torcida em Tóquio, certamente, deixaria o megaevento esportivo mais atraente, mas não podemos deixar de dizer que aqueles 15 dias valeram a pena. Até o fuso, que achei que ia atrapalhar, no meu caso, acabou ajudando. Como foram bons aqueles dias dormindo já pela madrugada. Curiosamente, o surf e o skate, modalidades pelas quais torci o nariz quando foram incluídas aos Jogos, foram as que acabaram me prendendo. Que delícia ver uma Fadinha, jovem, alegre e talentosa, tão tarde da noite! Ítalo Ferreira, superando, inclusive, Medina e escrevendo seu nome na história, idem. Não sei você, mas minha cabeça, vira e mexe, ecoa o danado Baile de Favela de Rebeca Andrade, outra que fez nossos corações saltarem em piruetas. E a simplicidade do maravilhoso Isaquias Queiroz?
A temporada não foi das mais brilhantes para meu time, mas o futebol também teve seus bons momentos. Para 2022, mesmo que nossa seleção já não viva a empolgação de outrora, a curiosidade será acompanhar uma Copa do Mundo no fim do ano. Eleições presidenciais, Copa do Mundo e, logo depois, Natal e Réveillon. Consegue imaginar?
Bem verdade é que há um misto de ansiedade e incerteza. Desejo estádios cada vez mais cheios e festivos, como a massa atleticana protagonizou em BH. Para março, ao ver que o calendário do Circuito Mundial de vôlei de praia passará pelo Rio de Janeiro, minha vontade é estar lá, com uma mochila nas costas e cheirando a protetor solar. Quem sabe tirar do papel a Corrida de São Silvestre, especulada para ser meu programa de fim de ano em 2019 – e cancelada em função de uma fratura por estresse na tíbia meses antes? Queria sentar na arquibancada e ver o JF Vôlei jogando no Ginásio da Academia, gostaria de ir até o Municipal torcer por algum time da cidade.
Enfim, o esporte sempre tem algo de bom a oferecer. Nesse loop infinito, que me faz errar a data toda hora, ele seguiu sendo a válvula de escape tão importante. E não será diferente em 2022. O desejo é de que, encerrada essa pausa para as festividades, ele volte com tudo. E que, aos poucos, a gente volte com tudo a ele também.