Na terça, uma audiência pública na Câmara discutiu os rumos do ciclismo em Juiz de Fora. Em tempos de pandemia, basta dar uma pequena observada nas ruas para ver no quanto as bicicletas tomaram conta. Em matéria publicada pela Tribuna, ainda no ano passado, alguns empresários do setor já apontavam a melhora no faturamento, na contramão da situação enfrentada pela maioria dos comerciantes da cidade.
Vira e mexe, alguns projetos são apresentados como o futuro do modal em JF. Tal futuro, no entanto, se faz presente. Ou talvez até caminha para o passado. Mas pouca coisa, efetivamente, mudou nesses últimos dez, 15 anos. Nesse boom das bikes, não há momento melhor para retomar com força à questão. Provavelmente você tem percebido a febre das pessoas com roupas coloridas, sozinhas ou em grupos, circulando sobre duas rodas nas principais vias da cidade. Aos domingos, então, elas proliferam.
Neste mês, precisei deslocar-me da minha casa até o Manoel Honório por aproximadamente dez oportunidades. Em nove delas usei a minha bike velhinha, que há tempos estava parada na área. Além de economizar dinheiro, não precisar me aglomerar dentro do transporte coletivo e ainda fazer uma atividade física – que me rendeu quase um quilo a menos dos seis adquiridos no sedentarismo da pandemia – o simples pedalar me fez muito bem. Mas dividir espaço com carros ou os metros da calçada com os pedestres, e muitas vezes com buracos, também gerou medo e insegurança.
Temos Avenida Brasil, extensa via que liga Vila Ideal até Benfica; Rio Branco; Itamar Franco; Avenida Juiz de Fora, Deusdedit e alguns outros grandes corredores de tráfego na cidade. Muitos, num ato de coragem, pedalam nesses trechos já há anos. Mas o futuro precisa chegar para todos. Com segurança, conscientização e estímulo.
Afinal, bicicleta é transporte, mobilidade, saúde, qualidade de vida, esporte. E tudo mais que couber sobre as duas rodas.