Talvez você, que lê as páginas da Tribuna há mais tempo, tenha percebido a ausência de um rosto feminino nas colunas de esportes do jornal. A última mulher a se atrever a participar deste espaço foi minha xará Juliana Duarte. Curiosamente, em março, mês internacional da mulher, eis que recebo o convite para entrar no novo time com os talentosos colegas de redação Bruno Kaehler, Gabriel Ferreira Borges e Renato Salles.
Estreia em um mês emblemático e uma proposta desafiadora para uma guria que sempre gostou de esportes, que já assinou algumas matérias da editoria, mas que, desde muito menina – e até os dias de hoje-, recebe alguns olhares desconfiados quando percebem que ela entra em um universo ainda tão concentrado no público masculino.
Pelo menos aqui, diferentemente das competições que separam os meninos das meninas, estaremos todos no mesmo time. Neste mês de luta feminina, a garota junto com a rapaziada serve para exemplificar que podemos dividir o mesmo espaço, e pouco importa se a coluna será assinada como ela, ele ou elx. Ou se será lida por ela, ele ou elx. Nas próximas colunas, muito mais que uma apresentação de mulherzinha, os textos retratarão gols, aces, braçadas, passadas, medalhas e tudo mais que envolve o mundo esportivo. Sob a ótica de uma menina que, tal como a maioria dos meninos, também se delicia com esse ópio do povo. Fui escalada e agora tô no jogo! Por mim e por todas as mulheres, que matam um leão por dia, cortam, temperam, servem, lavam a louça e ainda sentam no sofá para acompanhar algum esporte.