Na tradicional comparação entre futebol europeu e sul-americano, ainda mais no mês em que Copa América e Euro são disputadas simultaneamente, vários serão os argumentos que tentam eleger uma competição como melhor do que a outra.
Em termos técnicos, o velho continente, recheado de craques, é visto muito à frente dos hermanos da América do Sul. Quesito quase unânime. Mas o que chama a atenção nessa edição do evento, mesmo com seleções em exibições ainda discretas, vem de fora dos gramados. E não são os belos e modernos estádios. Trata-se, digamos, do “recheio” deles.
Com raríssimos gritos de torcedores nas arquibancadas das Américas por quase um ano e meio, ouvir o tradicional som ambiente de uma partida de futebol chega a ser música aos nossos ouvidos. Inglaterra e Croácia, por si só, já seria uma partida interessante para acompanhar no domingo pela manhã. Diante das imagens do animado público europeu, bem superior a nós no quesito imunização, o confronto da primeira rodada do grupo D tornou-se ainda mais convidativo.
Bom para telespectadores, profissionais da imprensa e, principalmente, jogadores. Afinal, sem torcida, em alguns momentos, a comemoração do gol – ou a falta dela – chega ser tão protocolar que até o momento máximo da modalidade fica insosso.
Com Sterling, e a balançada de câmera após o gol em Wembley, o futebol respirou. Digamos que a festa dos 18.497 presentes no estádio inglês deixou o gostinho de inveja boa do lado de cá do Atlântico.
A cada comemoração mais efusiva, a sensação é de que a Euro, realmente, vence de goleada o torneio realizado pela Conmebol.
Por aqui, com demanda maior nos hospitais do que nos estádios, o som recebido pela TV ainda terá torcida eletrônica. Inclusive das partidas de Copa América. O padrão europeu, por ora, é o que há de melhor.