Toda vez que termina uma Olímpiada, temos a sensação de que a próxima está longe. E sempre nos enganamos. Desta vez, em um ciclo de apenas três anos entre Tóquio e Paris, será ainda mais rápido o piscar de olhos para a próxima edição de Jogos. Já no planejamento para a abertura da competição, o Comitê Organizador francês anunciou, na terça (13), algo inédito: pela primeira vez na história, a cerimônia será realizada fora de um estádio.
A expectativa é fazer um trajeto de cerca de 6km pelo Rio Sena, na região Central de Paris, com as delegações divididas em aproximadamente 160 barcos. Arquibancadas serão montadas, algumas em formato de tribuna, com venda de ingressos, e outras gratuitas ao público. A ideia é reunir em torno de 600 mil pessoas durante 3 horas de evento. Algo, na minha grotesca comparação, como o Papa Francisco circulando pela orla de Copacabana, em 2013, diante de dezenas de milhares de fiéis durante a Jornada Mundial da Juventude. E um público cerca de dez vezes maior ao que esteve presente no Maracanã, na abertura da Rio 2016, por exemplo.
Em Paris, a rara – para muitos única – experiência de estar em uma cerimônia deste calibre poderá ser ampliada como nunca, assim como na maratona, que, também pela primeira vez, será aberta ao público em geral, fazendo com que profissionais e amadores dividam o espaço de prova sob a mesmas condições. O espírito olímpico e de união entre os povos, tão aclamando na teoria, de certa maneira, se fazendo valer na prática. Algo que, pelo apelo emotivo que carrega, já arrepia só de pensar.
Sem dúvidas, iniciativa que pode mudar o modelo de Olimpíadas e sua forma de interagir com os torcedores. Justamente na Paris de Barão de Coubertin, considerado o criador dos Jogos Modernos.
A dois anos e meio para 26 de julho de 2024, realmente Paris está a um piscar de olhos. Se a ideia realmente vingar, não há dúvida de que a expectativa para o início do megaevento esportivo fique ainda maior.