Parece ontem, mas no próximo dia 27 de maio a magistral cobrança de falta de Petkovic, que sacramentou o 3 a 1 do Flamengo sobre o Vasco, naquele título Carioca de 2001, fará incríveis 20 anos. Com clubismo ou sem clubismo, você certamente concordará de que trata-se de uma das mais belas batidas destas duas últimas décadas nos gramados brasileiros.
De lá para cá, é possível lembrar de outros memoráveis batedores. Alex, de passagens por Palmeiras e Cruzeiro, Marcelinho Carioca, Juninho Pernambucano, Marcos Assunção, Lúcio Flávio, Paulo Baier, Renato Abreu, Ronaldinho Gaúcho e até o zagueiro Chicão que, virava e mexia, avançava à zona de ataque para alguma cobrança.
Ouso dizer que, caso algum desses nomes estivesse em campo na rodada dos times brasileiros na Libertadores, na noite de terça, possivelmente alguma infração próxima à área terminaria em gol. Sem eles, o máximo foram três conversões de pênaltis (Raphael Veiga, Gabigol e Thiago Galhardo) nas três penalidades assinaladas.
Em ranking feito pelos colegas do Globoesporte.com, no início de março, o Rubro-Negro carioca estava a mil dias sem marcar um único gol de falta – dois meses depois e a contagem continua. Desde 2018, são mais de 330 gols e nem uma mísera cobrança certeira.
Uma única oportunidade era o bastante para que o exímio batedor Rogério Ceni enviasse a bola no fundo do barbante enquanto jogador. Contra o Unión La Calera, um golzinho de falta era o que o agora treinador Ceni e o Fla precisariam para vencer o truncado jogo no Chile.
A falta da falta, no entanto, não é exclusividade rubro-negra. Poucas têm sido as vezes que ouve-se o grito de gol logo após o juiz marcar os nove metros da barreira. Raramente, um ou outro jogador é feliz na tentativa.
Um desejo? Ficar boquiaberta, incrédula como nas cobranças de outrora. Se o gol for a favor do meu time, me gabar pelo capricho da batida. Se for contra, usar do argumento de que aquela foi na gaveta. E nem mesmo Helton chegaria.