Domingo, a partir das 8h, a Via São Pedro receberá a primeira prova de um total de 11 etapas do 34º Ranking de Corridas de JF. Na semana passada, pela primeira vez, tive a oportunidade de estar na cerimônia de premiação dos melhores da temporada. E, dia após dia, de 2016 para cá, venho acompanhando mais de perto esse universo dos corredores da cidade.
Um segmento esportivo formado pelos mais diferentes públicos, do iniciante, que vai para a sua primeira prova, às vezes ainda na caminhada e trote leve; ao intermediário, que faz um trabalho de preparação um pouco melhor; até a turma do pelotão principal, que sua forte em treinos diários. Todos, sem exceção, terão saído mais cedo de suas confortáveis camas, em pleno domingo, para chegar lá antes das 8h da manhã. Cada um no seu nível, no seu ritmo, com os seus objetivos particulares.
Nestas quase cinco temporadas de contato com essa turma, seja trabalhando pela Tribuna, seja evoluindo como entusiasta desta prática, são dezenas e dezenas as boas histórias descobertas por trás de cada um dos tênis de corrida: os idosos, como Dona Neuza e Senhor Jeová, mais dispostos do que muitos jovens; os paratletas, como os treinados pela equipe JF Paralímpico, exemplo máximo de inspiração, e a elite, formada por amadores – que de amadores só no nome – que se dedica em cinco, seis ou às vezes sete dias de treinos na semana, algumas vezes sentindo “o gosto de sangue na boca”, como costumam dizer. A maioria absoluta que faz malabarismos para dividir a puxada rotina de trabalho à cansativa preparação física e técnica para figurar entre os que ostentam o número de peito da cor preta – reservado aos 20 melhores de cada naipe.
A essas pessoas, deixo aqui o meu desejo por uma boa temporada. E, se possível, faço um apelo a empresários, organizadores, Prefeitura e todos os envolvidos no calendário local: cuidem dessas 11 provas com muito carinho. Entreguem o melhor evento possível para essas pessoas. Atentem-se ao preço das inscrições – cada dia mais salgado -, às marcações dos percursos, às premiações por faixa etária, às provas infantis, à água (não deixem faltar água a quem se dispõe a acordar cedo para correr!). Correr é saúde, é um privilégio que muitos gostariam de desfrutar e uma vitrine enorme quando atletas locais levam o nome de Juiz de Fora para o resto do país ou até mesmo fora dele.
Domingo, por conta de uma lesão ainda em fase de tratamento, não estarei sentindo aquela adrenalina gostosa antes da largada. Mas torço muito para que todos façam o seu melhor. E espero para que as nossas provas de rua tenham uma temporada 2020 muito satisfatória.