Ainda em função do título do Flamengo na Libertadores, peguei-me dia desses relembrando da campanha rubro-negra até a decisão. Neste ínterim, recordei-me da difícil missão dos cariocas nas oitavas de final, ao ter que reverter os 2 a 0 sofridos diante do Emelec, no Equador. Depois daquela classificação nos pênaltis, no Maracanã, logo após uma eliminação também por penalidades contra o Athlético, comecei a acreditar, mesmo que de forma acanhada, na chance de título.
E, a partir daquele resultado, fui recordando algumas reviravoltas memoráveis no esporte. Até chegar ao JF Vôlei que, por sinal, terá parte da equipe apresentada logo mais para a difícil missão de voltar à elite da Superliga.
Em março de 2016, o time juiz-forano encarava o Sada Cruzeiro, em casa, pela última rodada do torneio nacional. Mesmo com a equipe reserva, os celestes abriram logo 2 sets a 0 de vantagem. Da arquibancada, de onde eu torcia pelo grupo local, muitas eram as provocações da torcida adversária, que, mesmo na casa do JF Vôlei, era maioria no Ginásio da Faefid lotado.
Das várias imagens que tenho, aquela do desapontamento dos atletas juiz-foranos é uma das mais fortes que guardo nestes quase dez anos que acompanho os jogos na UFJF. Mas eis que a reviravolta aconteceu e outra lembrança visual, desta vez da entusiasmada comemoração pós-jogo, também ficou marcada.
O JF Vôlei venceu o terceiro set, o quarto, forçou o tie-break e virou. Virou uma partida, de 2h46min, que muitos que ali estavam consideravam praticamente impossível.
Depois daquele dia, a equipe, que à época lutava para não cair, ganhou o fôlego que precisava na busca pelo objetivo daquela temporada. E, tal como nesta partida mais recente do Flamengo contra o Emelec, algo me dizia que haveria uma reviravolta. Como, de fato, aconteceu, com a manutenção na elite confirmada dias depois, em vitória contra o Maringá.
Curiosamente, durante uma conversa com Maurício Bara, diretor técnico do JF Vôlei, descobri que aquele sentimento que nutri no dia foi o mesmo que ele e o elenco também sentiram: de que, a partir daquela vitória de virada, a equipe reagiria.
Hoje, o JF Vôlei luta para montar uma equipe que volte a vislumbrar a elite nacional novamente.
O Flamengo, em uma situação muito mais feliz, encanta. Mas, também como o JF Vôlei, guardadas as devidas proporções, claro, também teve que viver o seu momento de reação.
E, de reviravolta em reviravolta, vôlei, futebol e o esporte como um todo guardam esses cases de uma “quase perda” que vira um trampolim para situações mais agradáveis.