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A falta que a torcida faz

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Costumo sempre usar minhas férias para ficar off. Totalmente desligada do mundo. Longe da TV, do celular e da internet. E desta vez não foi diferente. Nestes 30 dias de descanso, assisti pouquíssimas transmissões esportivas: os dois tempos de Flamengo x Grêmio, a segunda metade da etapa final entre o rubro-negro carioca e o Santos, no último domingo, e pedaços de Fluminense x Palmeiras em uma quarta à noite.

E que saudade deu da torcida. Os clubes até tentam nos ludibriar usando DJ’s nos estádios, reproduzindo sons de arquibancada, mas não dá. Ouvir o eco de uma batida na bola, do apito do juiz e de jogadores e treinadores acertando posicionamento é muito estranho. Bom mesmo é escutar o alvoroço da torcida: o frenesi quando a bola chega próxima à área, a recriminação após uma falta dura, a bronca com o juiz. O esporte como espetáculo perde, e muito, sem essa parte importantíssima na engrenagem das disputas.

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Ouso dizer que a vida de Domènec Torrent sob o comando rubro-negro não seria a mesma com a presença de torcedores na arquibancada. Tomaria uma baita vaia, por exemplo, ao substituir Everton Ribeiro por Vitinho na partida contra o tricolor de Porto Alegre.

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Brinco que muitas vezes só damos importância para partes do nosso corpo quando nos lembramos delas: só percebo que tenho joelho quando ele dói, que tenho estômago quando uma azia me incomoda, que preciso procurar um oftalmologista quando os olhos já não estão enxergando tão bem. E será que com os torcedores não seria parecido? Quantas vezes eles não são tratados com a devida importância? Ingressos caros, dificuldade de transporte até os palcos esportivos, acomodações nem sempre de boa qualidade…

E não é só no estádio que esse calor humano dá vida às competições. Para você que participa do ranking de corridas de JF, por exemplo? O que é melhor: disputar uma prova em locais distantes, sem a presença de pessoas nas calçadas incentivando, ou passar pela Rio Branco, na Corrida da Fogueira, recebendo apoio do público que costuma filmar e estimular os atletas durante o percurso?

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Como diz aquela frase, a gente só dá valor quando perde. Óbvio que a falta de público faz-se necessária nesses tempos de pandemia. Mas quem sabe daí saia algo positivo: de valorizar mais aqueles que, das arquibancadas, contribuem para o sucesso do espetáculo.

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