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Mas eu me mordo de Ciúme…

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Você é do tipo que sente muito ciúme do seu “amor”?

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Ou seria a vítima de um(a) parceiro(a) ciumento?

 

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Leia esta história até o final e entenda mais sobre esse sentimento que pode acabar com seu relacionamento (e até com a sua vida!).

 

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Era a primeira sessão de Fátima*, que na época, tinha 30 anos.

Buscou terapia porque “queria aprender a ser forte” para não voltar para o namorado.

Augusto*, segundo ela, era um “amor de pessoa”, desde que não estivesse dominado pelo ciúme.

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A gota d’água aconteceu no dia do aniversário dela.

Teve buquê de rosas vermelhas, abraço caloroso, um incrível anel de diamante e quaase teve jantar no restaurante favorito.

Quase?

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Sim!

Quase…

Porque no carro, a caminho do restaurante, o celular dela tocou.

Um ex-namorado, sem a menor das segundas intenções, ligou para dar os parabéns.

Foi o suficiente.

Em fração de segundos, Augusto*, o amor de pessoa, virou um carrasco torturador.

Aos berros, fazia milhões de perguntas e acusações:

 

– “Por que seu ex tá te ligando?”

-“Vocês se falam sempre, né?

-“Se encontram também?”

-“Eu sabia! Você nunca me enganou, sua… (piiii)!”

 

Emocionalmente descontrolado, Augusto parou o carro e exigiu que Fátima* descesse.

Enquanto a empurrava, gritava:

“Me devolve o anel!”

“Quer diamante? Manda “ele” te dar!

“Sai do meu carro, sua (piiiiiii)”…!

“SAAAAAIIIIIIII!!!!”

 

E Fátima* foi abandonada numa rua escura, longe de casa, pelo mesmo homem que, minutos atrás, a fizera sentir a pessoa mais amada do mundo!

Só que esta, fora apenas mais uma das muitas situações constrangedoras que Fátima* enfrentou ao longo de cinco anos de namoro…

 

Nas sessões posteriores ouvi outras histórias, igualmente dramáticas e não tive dúvidas:

Augusto* sofria de “ciúme patológico”, popularmente chamado de “ciúme doentio”…

 

 

 

Mas,  sentir ciúme não é prova de amor?

 

 

 

Peeeemmmm!!

Mentira!

Vamos acabar definitivamente com este equívoco?

 

Existem dois tipos de ciúmes:

 

  1. O “ciúme comum” (prefiro a palavra “comum” que “normal”, para qualquer situação).  –  Por sua inocência, vou chamá-lo de “ciuminho”!  (sabe? aquele que a gente acha até bonitinho?).

 

  1. O “ciúme doentio”.

 

O “ciuminho” é aquele tipo de ciúme que, provavelmente, você já experimentou um dia.

Esse sentimento causa certo desconforto porque a pessoinha, quando apaixonada, sente-se ameaçada mediante qualquer “investida” de um(a) possível rival.

É o medo de perder a exclusividade, de ser “trocado(a)”.

Mas, essa sensação vem mediante uma situação real.

 

→ Realiza… (sempre que eu lançar um “realiza”, é pra você tentar imaginar a cena ,ok?).

Vocês estão numa festa…

De repente, você percebe alguém azarando seu “crush”.

Você vê nitidamente o empenho da criatura “adversária” em atrair a atenção do “seu” Amor…

Mas, você respira e mantém a elegância!

Até conversa com o(a) “caboclinho(a)”! (maturidade pura!).

Não cria “barraco”…

Não emburra…

Morre! Mas, finge que tá matando, entendeu?

É você → (sua mente), no comando da emoção → (ciúme).

 

 

 

Agora, vamos ao verdadeiro vilão desta história: 

 

“O Ciúme Doentio”

 

 

O caso de Fátima*, que você leu no início deste artigo, ilustra claramente o “ciúme doentio” (que pelo poder destrutivo chamo de “Ciúme avassalador”).

 

O comportamento de Augusto* tornava-se irreconhecível sempre que sentia sua exclusividade ameaçada.

 

O “ser humaninho” que sofre de ciúme patológico pode gritar, agredir físicalmente e verbalmente, quebrar objetos, chutar o carro, socar a parede…

E o(a) infeliz que estiver “flertando real ou supostamente” com seu (sua) amado(a), que se cuide!

Pode rolar desde xingamentos e pequenos empurrões a ameaças de morte, que infelizmente, muitas vezes, chegam a se concretizar…

É tão fácil encontrar manchetes de “crimes passionais” destacadas em jornais impressos, digitais e nas redes sociais…  Sim ou não?

 

 

“Mas, que história é essa de flertando real ou supostamente? Não entendi” …

 

Explico-me:

 

O “ser humaninho” que sofre de ciúme doentio é especialista em criar situações imaginárias a respeito do(a) parceiro(a)!

Lembra da cena que eu pedi para você”realizar”? A cena da festa?

Lá a ameaça foi concreta, ou seja, havia realmente alguém paquerando o “crush”.

Já no caso de Fátima*, um simples telefonema desencadeou uma série de pensamentos sabotadores na mente do ciumento Augusto*:

 

– “Ela mantém contato com o ex”!

– “Eles se falam com frequência”!

– “Ela me engana” …

 

Estes pensamentos geram tanta perturbação na mente que o comportamento do ciumento se torna imprevisível.

Por isso, Augusto* foi capaz de deixar a “amada”, em uma rua deserta, sozinha, no dia do aniversário.

 

 

 

Por que algumas pessoas desenvolvem ciúme doentio e outras não?

 

No post,  Sobre escrever um blog, contar histórias e ajudar pessoas, demonstrei como o passado influencia nossos comportamentos atuais.

 

Comumente, os ciumentos patológicos são vítimas de rejeição e/ou abandono.

Um adulto que na infância sentiu-se rejeitado, comparado e abandonado, pode se transformar num ciumento patológico.

 

Por quê?

 

Porque a ferida da rejeição ainda está aberta…

Doe muito não sentir-se amado… Sentir-se rejeitado ou preterido é um dos maiores sofrimentos que o ser humano pode enfrentar.

 

Aí, quando o adulto (adulto na idade cronológica, mas, emocionalmente, um bebê) encontra alguém que lhe aceita, acolhe e ama, se agarra a esta pessoa como se ela fosse a última boia salva vidas no naufrágio do Titanic.

 

O medo de reviver a sensação de abandono e rejeição transforma estes “bebês emocionais” em verdadeiros “chicletinhos”!

 

Eles ligam, mandam mensagens, querem estar junto o tempo todo…

 

Só que esse medo excessivo, acaba produzindo o efeito inverso:

O(a) parceiro(a) acaba se sentindo sufocado e por isso, tenta respirar…

 

Tenta “respirar”,  significa apenas manter ou retomar amizades, estar com a família, ficar sozinho de vez em quando…

Mas, o “colei” não deixa!…

Ele tem que ser prioridade na vida do outro (olha aí, tentando curar a ferida da rejeição!).

 

 

Costumo dizer que o(a) ciumento(a) se comporta como um cão de guarda:

 

Ao menor barulho, entra em estado de alerta. E um movimento mínimo pode provocar o ataque.

O importante é não permitir a “entrada” de estranhos, pois se falhar, será castigado com a pior punição do mundo: o abandono!

 

 

Compreendendo o Comportamento:

 

 

 

Você sacou o que o maior medo do ciumento Augusto* era o medo de ser abandonado

 

Mas, o que ele fez com a namorada, Fátima*, no dia do aniversário dela?

 

Deixou-a sozinha numa rua deserta!

 

Sim! Augusto* fez Fátima sentir o mesmo medo que ele sentia! Ele a abandonou!

 

Isto é o que acontece quando não nos conhecemos:

 

Somos capazes de impregnar até aqueles que dizemos amar com nossos medos, dores e frustrações, produzindo sofrimento, angústia e infelicidade…

 

 

Lembrando:

*O nome da paciente foi alterado.

* Fui autorizada a utilizar este caso para ilustrar esta história.

 

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Até o próximo post!

 

Beijos no coração!

 

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