O HPV, abreviação em inglês para papilomavírus humano, provoca a infecção sexualmente transmissível (IST) mais comum e pode causar desde verrugas genitais até alguns tipos de câncer.
Com uma incidência estimada em mais de 16 mil casos por ano no Brasil, o câncer de colo do útero se tornou foco de um projeto da Fundação do Câncer por ser considerado um dos mais evitáveis e tratáveis.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), estima-se que entre 25% e 50% da população feminina e 50% da população masculina mundial já esteja infectada pelo HPV. Porém, a maioria das infecções são transitórias e acabam sendo combatidas espontaneamente pelo sistema imunológico, regredindo entre seis meses a dois anos após a exposição, principalmente entre as mulheres mais jovens.
Mas, apesar de ser extremamente comum, ainda tem muita gente que relaciona a doença à promiscuidade. Um grande engano. E a falta de informação e o preconceito não ajudam em nada a virar esse jogo. Conhecer suas causas, formas de contágio e, principalmente, de prevenção, são passos fundamentais para evitar que a transmissão do vírus aumente.
A pesquisadora da Fundação do Câncer, Flávia Miranda Corrêa, alertou que 35% dos casos desse câncer já são diagnosticados em fase avançada, o que dificulta o tratamento, diminui as chances de cura e faz com que ele seja a quarta maior causa de morte por câncer entre as brasileiras.
Meta da OMS
Em 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou uma meta para o combate ao câncer de colo de útero até 2030: os países devem vacinar 90% das meninas com 15 anos contra o HPV, garantir que 70% das mulheres façam testes de rastreamento aos 35 e aos 45 anos e permitir que 90% das mulheres diagnosticadas estejam em tratamento contra o câncer de colo de útero.
Vale lembrar que desde 2017, a vacina é recomendada pelo Programa Nacional de Imunizações para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Entretanto, ela será eficaz se a mulher não tiver tido contato com o vírus ainda. Após o início da atividade sexual, a possibilidade de que já tenha havido o contato com o vírus é grande, e aí não vai ter eficácia.
Prevenção
Além da vacina, o papanicolau é um exame ginecológico preventivo mais comum para identificar de lesões precursoras do câncer do colo do útero. Esse exame ajuda a detectar células anormais no revestimento do colo do útero, que podem ser tratadas antes de se tornarem câncer. O exame não é capaz de diagnosticar a presença do vírus, no entanto, é considerado o melhor método para detectar câncer de colo do útero e suas lesões precursoras.
Quando essas alterações que antecedem o câncer são identificadas e tratadas, é possível prevenir 100% dos casos, por isso é muito importante que as mulheres façam o exame regularmente.
O uso do preservativo (camisinha) masculino ou feminino nas relações sexuais é outra importante forma de prevenção do HPV. Contudo, seu uso, apesar de prevenir a maioria das IST, não impede totalmente a infecção pelo HPV, pois, frequentemente as lesões estão presentes em áreas não protegidas pela camisinha (vulva, região pubiana, perineal ou bolsa escrotal). A camisinha feminina, que cobre também a vulva, evita mais eficazmente o contágio se utilizada desde o início da relação sexual.