Prazer, Sociedade Anônima do Futebol. Vou dizer que não te conheço, porque aqui no Brasil sempre há surpresas. Boas e ruins. Mesmo assim, vou te chamar de SAF. Brasileiro é assim, não curte muitas formalidades. Não sei quais exemplos você seguirá das duas familiares no exterior. Acompanho elas há mais tempo, naturalmente. Você ainda é nova por aqui, seja nos moldes da Red Bull com o Bragantino, ou nos mais recentes casos de Cruzeiro e Botafogo, e, quem sabe, no Vasco.
Como torcedor de um clube brasileiro endividado e sofrido esportivamente neste século, aprendi a dar um, dois, dez passos atrás antes de tratar qualquer notícia com otimismo. E assim tenho feito com você, SAF.
Mas vem o jornalista Rodrigo Capelo, o qual admiro muito, e revela bastidores das conversas com o empresário John Textor, dono de 90% das ações da SAF botafoguense. Além de confirmar o interesse no uruguaio Cavani, ao ser questionado sobre o interesse do Barcelona, hoje muito limitado financeiramente – levando em conta, claro, o histórico do clube catalão – o milionário afirma possuir mais dinheiro do que os espanhóis para negociação.
Qual o motivo de uma declaração desta? Não é mais importante um coletivo consolidado do que um discurso popular? O botafoguense precisa de esperança com base na prática e não de um novo Anelka no Atlético ou Drogba no Corinthians. Mas é de seu desconhecido potencial no Brasil que falamos.
E aí vem o lado torcedor. Se foi formalizado o interesse do clube no artilheiro celeste, isso mostra uma força que empolga qualquer um. Olhe os números da negociação vascaína com a 777 Partners. Novos centros de treinamento; São Januário reformado; pagamento das dívidas; intercâmbio com futebol italiano, espanhol. Sigo sonhando que os modelos sejam um sucesso, mas é certo que algum ônus vai surgir.
Sou desconfiado, SAF. E parece mentira.