O fim de semana do Flamengo foi tão épico que fica difícil traduzir as conquistas em palavras. Logo, não me arrisco. A compreensão da real grandiosidade do feito só poderá ser aferida com maior precisão com o distanciamento do tempo. Assim gosto de fazer com os grandes fenômenos, afinal, de perto, vemos a árvore sem conseguir enxergar a dimensão da floresta. Por ora, reservo-me a chancelar publicamente as palavras do atacante rubro-negro Bruno Henrique e reforçar que, de fato, neste momento, o Flamengo se encontra um patamar acima de seus concorrentes no futebol brasileiro.
Contudo, não vou me furtar de comentar o evento maior do fim de semana: a epopeica final da Copa Libertadores da América. Deixando um pouco o jogo em si de lado, quero falar do evento. Lembro-me de quando a Conmebol anunciou a decisão de mimetizar a Uefa e realizar a decisão da principal competição continental em jogo único, em sede previamente definida. Na ocasião, recordo que muita gente torceu o nariz. Mas, mesmo com grande ojeriza à mania dos trópicos de replicar o Velho Continente – como a adoção do enfadonho modelo de pontos corridos no Campeonato Brasileiro – confesso que achei a ideia interessante desta vez. De imediato.
Ok! Tivemos problemas com a mudança da decisão de Santiago para Lima às vésperas da decisão. Tal eventualidade trouxe muitos prejuízos, dor de cabeça e decepção para torcedores de Flamengo e River que se anteciparam à possibilidade de disputar o caneco e realizaram um planejamento prévio de viagem. Porém, a mudança foi algo extremamente circunstancial. O envolvimento e o engajamento que a partida em jogo único propiciou, no entanto, foram pontuais. O dia, o horário e a singularidade da partida criaram uma aura dentro e fora do estádio nos bares continente afora. Meio mundo parou para assistir à decisão que provocou inequívocas emoções de torcedores e não torcedores.
A sensação é de que quanto mais comprimida em um hiato de 90 minutos apenas, maior será a explosão de sentimentos provocados por esta loucura chamada futebol. Por mim, a final em jogo único na Libertadores está mais do que aprovada. E para você?