Parte da fé no ouro olímpico e de um futuro menos “sete-a-um” para o futebol brasileiro está depositada em Jesus. Gabriel Jesus, para ser mais específico. Aos 19 anos, a jovem revelação palmeirense é artilheiro do Brasileirão e um dos mais promissores talentos de nosso esporte. Como não poderia ser diferente, já atrai a atenção de grandes clubes europeus. Alguns afirmam que há negociações avançadas com o Manchester City, da Inglaterra. O Palmeiras nega, e promete manter o atacante ao menos até o final do ano e só liberar o craque por um “caminhão de dinheiro”.
Até aí, nenhuma novidade. O assédio dos ingleses e a resistência palmeirense foi manchetada nos noticiários eletrônicos ontem. Todavia, o que me chama a atenção no caso é que o “caminhão de dinheiro” defendido pelo Palmeiras pode se tornar, na prática, um “fusquinha” – o clube busca brechas para evitar tal cenário. Isso porque, nessa história, Jesus já foi esquartejado bem antes do 33 anos e têm seus direitos econômicos retalhados entre empresários e o próprio jogador, restando ao Palmeiras apenas 30%.
Acho incrível o amadorismo das agremiações brasileiras, sempre passivos diante da sanha financeira de empresários de conduta duvidosa. Todo bom jogador que desponta no cenário nacional já aparece com boa parte de seus direitos nas mãos de agentes, deixando os clubes reféns e incapazes de se mobilizar pela permanência de jovens promessas.
Aliás, refém uma ova! Não que este seja o caso do Palmeiras, mas a verdade é que cartolas picaretas ganham por fora e são coniventes com a máfia comandada por atravessadores, deixando o clube à míngua e o futebol brasileiro cada vez mais fraco.