Volto a ocupar este espaço após um hiato de 10 meses. A ausência se deu por conta de um justo período de férias e a dedicação integral à cobertura do processo eleitoral mais passional da Nova República. Passado o rebuliço, o Réveillon e – claro – o Carnaval, retomo as atividades ao lado dos amigos Gabriel Ferreira Borges, que assina coluna por aqui às terças-feiras; Bruno Kaehler, às quartas; e Juliana Neto, às quintas. Não foram, todavia, apenas os meus colegas de espaço que mudaram no último decemestre. Muita coisa está diferente. Na política, por exemplo, temos um novo alinhamento ideológico à frente do país que, assim como aquele que o antecedeu, desperta paixões e ódios; sonhos e pesadelos; e uma disputa fratricida em que todos perdem.
Mas, como aqui é um espaço para o debate esportivo, não é desta transformação que pretendo falar, mas da que estabelece uma nova ordem no futebol juiz-forano. Na última vez em que escrevi por aqui, o Tupi era campeão mineiro do interior. Realidade. O Tupynambás ainda lutava no Módulo II pelo sonho de retornar à primeira divisão estadual. Promessa. Bastou, contudo, dez meses para tudo mudar. Para desespero deste velho coração carijó, o time de Santa Terezinha foi rebaixado duas vezes no recorte temporal destacado. Para orgulho deste velho coração juiz-forano, o Baeta renasceu, chegou à elite, avançou às quartas de final e carimbou vaga na Série D do Campeonato Brasileiro de 2020.
Os papéis se inverteram em dez meses. Com certa justiça. Hoje, o Leão do Poço Rico é o protagonista do futebol local, e o Galo cisca em poucas migalhas restantes de sucessos de um passado recente. O Baeta é a realidade, de fato. Para o Tupi virar promessa, ainda falta muita coisa. Em especial, um banho de profissionalismo e renovação.