Independente de posicionamento político, para mim, esta foi a “Copa das Copas”. Nem os infindáveis sete gols alemães irão apagar tais lembranças. Vivenciar um Mundial é entender um pouco mais do mundo. Compreendi isso ao lado de amigos de sempre e de amigos para sempre – de todas as nacionalidades – construídos na linguagem universal da farra. Fiz de tudo um pouco, desde o primeiro jogo, quando tomei chope com croatas na esquina da Ipiranga com São João, antes de assistir à Seleção pela primeira vez e ver de perto o sonho realizado de um estádio corintiano.
De São Paulo, sem banho nem nada, embarquei para um mês de futebol e praia em Fortaleza. Torci como um louco para os “ticos” da Costa Rica, na improvável vitória por 3 a 1 contra o Uruguai. Saí afônico de um insosso “oxo” entre Brasil e México. Coloquei a bandeira do Tupi na primeira fila da TV mundial no empate entre Gana e Alemanha. De quebra, vi Klose igualar o recorde de Ronaldo. Assisti à entrega do fantástico Robben no sofrido triunfo sofrido da Holanda sobre o México. Cantei hino à capela nos 2 a 0 da Seleção sobre a Colômbia e consolei desabafo choroso do amigo Chico Brinati: “não somos pés-frios!”
Após seis jogos intensos, já em Juiz de Fora, assisti com incredulidade aos 7 a 1 contra a Alemanha. O inexplicável massacre me fez ter certeza de que tudo que havia vivido permaneceria indelével. Reafirmo essa certeza nessas linhas tortas. Entretanto, ao reviver toda a emoção de meu Mundial particular, surge outra certeza: a de que trocaria toda essa experiência pelo acesso do Tupi à Segunda Divisão do futebol brasileiro. Algo que, tenho certeza, irá acontecer em breve. Nem que eu tenha que apostar as memórias da minha Copa das Copas.