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E aí, “bora”?

coluna renatinho
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Há duas semanas, juntei com amigos da redação para agitar a boa e velha pelada. “E aí, ‘bora’?”. “Fulano vai?” Ih, não precisa nem chamar esse daí”. “Quantos confirmados?” Foram estas as perguntas mais ouvidas naquele dia entre as apurações cotidianas. Foi a primeira vez que pisei em um gramado na temporada 2019. A mesma situação era vivenciada pela maioria dos dez atletas que se dividiram em duas equipes de camisas multicoloridas naquele dia. Após um ligeiro aquecimento feito, lá estávamos nós correndo atrás do velho sonho de infância: ser um jogador de futebol.

Passados alguns minutos, alguns já não conseguiam mais manter o mesmo ritmo na corrida atrás da bola perdida. Mãos na cintura e respirações trôpegas eram vistas por atacado no varejo de raras boas jogadas. Vez ou outra, alguém pedia para “descansar” no gol. Mas a verdade é que, mesmo ansiosos pelo apito que poria fim àquela partida eterna, ninguém dava o braço a torcer e todos se arrastavam pela vitória ou por uma derrota menos acachapante. Enfim, éramos, por uma hora avessa à precisão dos minutos, de novo crianças naquele momento.

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Findado o “espetáculo”, veio a resenha. Ora a conversa era pautada pelos raros bons lances vividos há poucos minutos. Ora o papo debatia o atual momento do futebol brasileiro. “Relaxa, seu Flamengo já é campeão.” Mas e o Tite, hein?” “E o Muralha? Tá pegando bem no Coritiba.” Assim, a coisa fluía. O assunto mais recorrente, porém, era sobre como precisávamos daquele momento e sobre como, por vezes, cuidamos muito pouco de nossa saúde física. “Rapaz, estava precisando correr.” “Tô morto!”

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Os dias que sucederam ao primeiro jogo do ano foram de dores musculares para a maioria. Eu mesmo, admito que, por 48 horas, caminhei meio troncho. Porém, a cada pergunta sobre “o que havia acontecido”, a resposta vinha orgulhosa. “Joguei bola. A primeira do ano. Acredita? Até corri mais do que esperava”. Assim foi passando a semana. Entre os colegas peladeiros, sempre o olhar cúmplice. “Já está marcada a próxima, hein?”. Assim chegou a segunda pelada, de menos dores e mais sorrisos de criança. Semana que vem tem mais. E aí, “bora”?

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