Mais que da coruja, as traves do Municipal tem sido lar do imponderável. Em menos de dois anos, as arquibancadas do estádio assistiram a duas das cenas estapafúrdias. Em 2013, um picareta travestido de massagista invadiu o campo e tirou o gol que daria ao Tupi a classificação para as quartas de final da Série D. Por sorte, a trapaça foi corrigida no tapetão. Na última quarta-feira, contudo, a trapalhada foi dos jogadores juiz-foranos. Em um dos lances mais bizarros da temporada, o Tupi desperdiçou chance gol em tiro indireto na linha da pequena área. Como não há maneiras de explicar em palavras o “deixa-que-eu-deixo” protagonizado pelo ataque alvinegro, melhor partir para o próximo parágrafo.
Diferente da patuscada de Esquerdinha, quando tinha certeza de que a injustiça seria revertida, o problema atual do Tupi me parece mais preocupante. O time ainda não convenceu e está a apenas três pontos da zona de degola. Quase nada deu certo para o Carijó em 2015. Diretoria e comissão técnica precisam ter atitudes enérgicas. Isto, o torcedor tem o direito e o dever de cobrar. Agora, cornetar treinador por não ter jogada ensaiada para tiro indireto dentro da área – lance tão raro quanto a passagem do cometa Halley – é desnecessário. Felipe Surian tem sua parcela de culpa pelo mau momento, mas o erro absurdo deve ser creditado apenas à incapacidade de comunicação e a falta de confiança dos jogadores envolvidos.