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Um novo caminho

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A antipatia que nutro pela CBF é inversamente proporcional à paixão que mantenho pelo esporte. Desde a época em que vivia correndo atrás de uma bola de borracha com o dedão do pé escalpelado pelo asfalto quente torço o nariz para entidade. Motivos para a ojeriza existem de sobra. Eles vão desde o descaso com o calendário dos torneios nacionais, passam pelo desdém com a qualidade da arbitragem, culminando no balcão de negócios em que foi transformada a Seleção Brasileira.

Sendo a CBF uma das poucas coisas que guardo rancor na vida, sempre acreditei que a solução para o nosso futebol estaria na organização dos clubes em ligas como acontece na maioria dos esportes americanos. Um passo em direção a isto pode ter sido dado ontem, quando 13 agremiações deram vida à Liga Sul-Minas-Rio. Entre elas, gigantes como Fla, Flu, Inter, Grêmio, Atlético e Cruzeiro.

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A ideia de criar um novo torneio já no ano que vem é bastante interessante. Caso se concretize, certamente irá atrair mais atenção que os falidos e enfadonhos campeonatos estaduais, que deveriam privilegiar as equipes do interior. Se clubes e dirigentes souberem superar egos e interesses escusos, poderão construir competições atrativas e rentáveis a médio prazo. De quebra, colocariam em xeque o poder ditatorial da CBF e das federações estaduais.

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Se a liga realmente vingar, o formato tende a beneficiar agremiações e torcedores e pode ser um ensaio geral para que os clubes assumam de vez os destinos do futebol nacional em alguns anos, tomando para si, inclusive, a organização do Campeonato Brasileiro. Por mais que exista muita sujeira em nossos clubes, a união deles – com a permanente fiscalização do torcedor – ainda é mais confiável que a mão grande da CBF.

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