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Bravatas, apenas

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É tão triste quanto real: vivemos hoje uma certa idolatria às bravatas. Quanto mais falastrão é o sujeito, mais olhares de admiração. Não importam fatos ou a verdade, mas as bravatas. É assim na política. É assim no futebol. O último exemplo ocorreu nesta quinta-feira (9), quando os muros do estádio do Palmeiras apareceram pichados. Após duas derrotas do Verdão, que praticamente cessaram as chances de título da equipe de maior investimento do país, os justiceiros logo apareceram. De spray na mão, sapecaram nas paredes frases de efeito – típicas dos bravateiros, aliás: “Vergonha. Jogadores medíocres. Felipe Melo + 10”.

Não é a pichação que me espanta. Trata-se de prática já recorrente no futebol. O que me assusta é falsa certeza de que a solução para os problemas do Palmeiras – restritos ao campo e à indefinição acerca do comando técnico – é o tal Felipe Melo. Em 11 meses, o jogador não fez basicamente nada além de arrumar problemas e confusões com a camisa alviverde. Nada, além de bravatas. O que, talvez, o credencie mais à disputa presidencial do que a titularidade de uma equipe de futebol profissional. Afinal, atualmente, alguns parecem mais dependentes de frases de efeito do que de discussões pertinentes em busca das soluções de nossos reais problemas.

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