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Velas em preto e branco

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Sempre fui meio cético. Como São Tomé, só acredito naquilo que é palpável. Tamanho agnosticismo, entretanto, esvai-se ralo abaixo quando a bola rola. Não há espaço para a razão nas arquibancadas, onde me rendo a mandingas, superstições e rezas de toda estirpe. Todos somos tementes aos “deuses do futebol”. Não sei qual o tipo de oferenda ou sacrifício eles gostam, mas já acendi velas em preto e branco e vou intensificar as orações para os dias 18 e 25, pelo sonho de ver o Tupi na Série B.

Este é um desejo de criança, que quase se consumou em minha adolescência, na bela campanha de 1997. Todavia, como bem disse Milton Nascimento, os sonhos não envelhecem. As sensações nesses dias que antecedem às duas decisões contra o Paysandu são as mesmas de 17 anos atrás. Nó na garganta, ansiedade e, acima de tudo, confiança.

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Tal confiança vem exatamente do agnosticismo. Por tudo que apresentou até aqui, o Carijó merece a vaga. Se “Deus ajuda quem cedo madruga”, ninguém na atual edição da Série C trabalhou mais que o Tupi. Desde a escolha do treinador, o grande mérito foi a dedicação. Passo a passo, o time de Juiz de Fora mirou a permanência na competição. Com objetivos definidos, vislumbrou voos mais altos, cresceu como equipe e suplantou favoritos de papel.

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A confiança também se embasa em meu lado místico, que insiste em estar presente quando o assunto é a bola. O Tupi é digno das bênçãos de Santa Terezinha e dos tais “deuses do futebol”. Chegou onde chegou com a humildade dos vencedores. Por isso, merece o apoio dos torcedores na decisão do dia 25. Com suas mandingas, superstições e rezas de toda estirpe, o juiz-forano precisa empurrar o clube e Juiz de Fora para o grupo dos 40 maiores do futebol nacional.

Como bem lembrou o amigo Wendell Guiducci em seu “Na orelha da bola” de ontem, aqui na Tribuna, 30 carijós silenciaram o “Mundão” do Arruda em 2011. Agora é a vez de 31 mil invadirem o Municipal e mostrar ao Papão do Pará quem é o bicho-papão dessa Série C. Para isso, apesar do ceticismo, já acendi velas em preto e branco e vou intensificar as orações pelos próximos 15 dias.

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