O Tupi está a dez dias, dois mil quilômetros e 90 minutos do paraíso. Parece muito, mas desde a consolidação do atual calendário, de 2003 para cá, o Galo Carijó nunca esteve tão perto de garantir uma cadeira na mesa dos 40 maiores clubes do país. Como controlar a angústia? Não sei, já que o futebol é das únicas coisas que me deixam, de fato, ansioso, principalmente, nos momentos que antecedem as grandes decisões, como a do dia 19, em Arapiraca.
Uma das minhas estratégias para fazer o relógio andar é valer-me do passado para alimentar a confiança de sucesso no futuro. Como poucos, o Tupi merece esse acesso. Do elenco à torcida. Aliás, a vaga virá – tenho fé disso – atrasada, já que o Carijó deveria subido no ano passado, não fosse um dia ruim no Municipal. Contudo, o clube parece ter aprendido com a derrota. Está mais cascudo.
Se não jogou um futebol empolgante, o Tupi nunca teve sua classificação às quartas de final ameaçada. O G4 do grupo B foi morada constante. Por méritos, o lugar cativo não foi ameaçado sequer na sequência de três derrotas. Quando muitos achavam que a trajetória de reveses sepultaria as chances carijós, o time mostrou foco e fez um excelente resultado contra o ASA. Como fez em toda a competição, mantém viva as chances de acesso e leva uma boa vantagem para o sertão alagoano.
Contudo, mesmo olhando para o passado, o que me deixa mais confiante é a apresentação mais recente. No último sábado, independente de tropeços e de baixas importantes – como a do atacante Daniel Morais – ao longo da temporada, o Carijó chegou para decidir o seu futuro como um time competitivo e equilibrado, com cara de quem vai lutar até suas últimas forças. Reeditando a mesma vontade, assim como cantou a torcida no Municipal, eu também acredito. Muito.