Na última segunda-feira, em um grupo de amigos jornalistas da cidade, os flamenguistas estavam em polvorosa com a goleada do Rubro-negro sobre o Madureira. O 5 a 1 e um futebol bem jogado com dois gols de Gabriel Barbosa e com Gerson, Diego e Arrascaeta visitando as redes foram suficientes para que qualquer cisma com o técnico Rogério Ceni acabasse varrida para baixo do tapete e o treinador elevado ao status de “novo Jesus”.
Pura troça de quem vive um bom momento e a amealha canecos em série desde 2019. Com meu Corinthians em baixa desde o excelente Brasileirão de 2017, fiz ouvidos moucos às provocações. Pelo menos, enquanto pude, até que a acidez ganhou contornos mais pessoais. “Preocupado com o representante do futebol paulista”, disse um dos integrantes do grupo. Sem levar provocação para casa, lancei mão de um aforismo: “o ano nem começou, amigos!”, respondi evasivo.
Mas é fato que em nosso eterno “2020.1′, em que parte do país se nega a lidar de forma responsável com a profunda crise sanitária que vivemos, o ano passado parece não ter acabado. De pouca razão de ser no velho normal, os estaduais sequer deveriam estar acontecendo neste momento em que batemos semanalmente recordes de mortes.
Se antes da pandemia os estaduais já eram uma pré-temporada alongada para os chamados grandes, neste momento, de nada valem. Para os pequenos, mostram-se arriscados financeiramente visto com a necessidade de se manter uma folha de pagamentos mais alongada com as sequenciais paralisações e retomadas dos jogos.
A temporada 2021 começa para valer para os brasileiros nesta sexta-feira, quando acontece o sorteio da fase de grupos da Copa Libertadores da América. Em uma evolução que já vem das últimas décadas, os clubes do Brasil surgem como favoritos ainda mais a cada ano.
Ainda assim, o sorteio da fase de grupos é sempre determinante. Ter um caminho mais tranquilo no início minimiza riscos e dá confiança para a sequência da competição. Uma chave de risco, porém, pode resultar em tropeço precoce e transformar Jesus em Genésio.