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Velha preocupação

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O zagueiro Juan tem 36 anos – quase 20 deles dedicados ao futebol – e uma coleção extensa de conquistas, incluindo duas Copas América e duas Copas das Confederações. Com passagens por clubes como Flamengo, Bayer Leverkusen, Roma e Internacional é, de longe, um dos mais experientes em ação no futebol brasileiro. Mesmo já tendo visto de quase tudo, o defensor ainda não conseguiu se acostumar à “cultura brasileira da troca de treinadores”. Faço coro com Juan, que lamentou ontem o afastamento de Diego Aguirre do comando técnico do Colorado. Tanto que volto a bater nessa tecla desgastada.

O exemplo do Inter já é um clássico. Todo ano, gasta os tubos e procura um técnico em evidência – de preferência, gringo. Apresenta-se como favorito a tudo. Depois, cai na realidade de um time em formação. Coisa normal, mas, seguindo apupos das arquibancadas ou não, opta pelo caminho mais fácil da caça às bruxas e demite meio time. Todo ano, os colorados perdem para a impaciência e desperdiçam seguidas oportunidades de fazer de grandes elencos fortes esquadrões.

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Se o caso do Inter fosse isolado, não preocuparia tanto ao Juan. Ou a mim. O problema é que quase 100% dos clubes brasileiros têm como planejamento o imediatismo. Uma vez por ano, algum aposta na continuidade e, independentemente de tropeços, colhem frutos a médio prazo. Foi assim com os últimos cinco campeões brasileiros – Cruzeiro (2), Corinthians e Fluminense (2) -, que mantiveram seus treinadores do início ao fim do certame. E o mesmo deve acontecer com o Atlético e o Timão, que, a despeito dos reveses na Libertadores, prestigiaram Levir Culpi e Tite e despontam como favoritos ao caneco deste ano. Até o Juan deve estar apostando nisso.

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