Sou um crítico da atual geração de jogadores brasileiros. À exceção de Neymar, não temos craques. Para quem em um passado recente acompanhou jogadores como Rivaldo, por exemplo, é estranho ver Oscar – bom jogador, e só – ser o artífice da armação de jogadas da Seleção. Embora torça o nariz para o jeitão de Dunga, admito que o técnico não tem para onde correr. A convocação de ontem para as partidas contra a França e o Chile tende a agradar a maioria. Ausências sentidas são as de Everton Ribeiro e Ricardo Goulart. A desculpa do treinador de que os ex-cruzeirenses estão em pré-temporada, respectivamente, nos Emirados Árabes e na China, não cola, já que Diego Tardelli, que também atua no futebol chinês, figura na lista.
A sensação é de que a ausência de Ribeiro e Goulart foi opção do treinador, o que ameaça a presença da dupla na Copa América, em junho. A base da Seleção que disputará o torneio continental deve sair mesmo da lista anunciada ontem. Embora o nível técnico do grupo seja abaixo da média histórica brasileira, acho que podemos sonhar com o título. Menos de um ano após os fatídicos 7 a 1, acredito que o time pode dar liga, sob a batuta pragmática de Dunga.
Estamos bem servidos no gol e na zaga, onde os pontos fracos são os quatro laterais. Fabinho, Marcelo, Filipe Luís e Danilo não convencem. Do meio para frente, diante das características dos atletas, apostaria em um esquema com o chamado falso “9”, com três jogadores meias velozes e três jogadores com características ofensivas capazes de povoar o campo, verticalizando as jogadas em direção ao gol adversário. Algo como Tite vem fazendo no Corinthians nesse início de ano.
Caso essa também seja a opção de Dunga, acredito que a formação deva contar com Luiz Gustavo, Elias e Oscar ou Willian (embora Philippe Coutinho viva um momento melhor), na transição, com Neymar, Tardelli e Robinho na linha de frente. Sem dúvidas, um time competitivo.