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Exemplo mineiro

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Os esforços para rachar o país são muitos. Atendem a interesses escusos aos da população. Ainda assim, muita gente cai no engodo do “nós” contra “eles” e vive se digladiando em uma toada triste. Por visões clubísticas, sociais e políticas distintas, deixam até sua humanidade de lado e se refestelam na desgraça dos “outros”. Mas não precisa ser assim. Não mesmo! A convivência sadia de opostos é possível – mesmo que as autoridades a refutem em sua tara pela proibição -, como ficou claro no clássico da última quarta-feira no Mineirão.

Cruzeiro e Atlético fizeram um jogo com a torcida dividida após quatro anos de uma verdadeira afronta à essência do esporte, em confrontos de uma “arquibancada” só. Enquanto alguns esperavam falta de civilidade por parte dos torcedores rivais, o que se viu foi uma bela festa. Alegria de lado a lado e sem registro de violência, pouco importou o placar de um a zero para a Raposa. Venceram todos.

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O último clássico mineiro foi uma boa metáfora daquilo que deveríamos colocar em prática não só no futebol, mas também na vida. Paixões e pensamentos distintos nos localizam, sim, em lados opostos. No entanto, adversários não são inimigos. Longe disso. Trata-se de um jogo, não de uma guerra. Assim como, na vida, as discussões políticas não justificam desejar mal ao rival de ocasião, muito menos comemorar a dor e a tristeza alheia.

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Espero que o exemplo dado pelos quase 40 mil torcedores de Cruzeiro e Atlético que compareceram ao Mineirão há dois dias se multiplique, de forma que sejamos capazes de superarmos diferenças e reconhecermos aquilo que nos torna semelhantes. Só assim teremos um futebol melhor e de arquibancadas mais bonitas. Só assim voltaremos a ser um país do qual todos possam se orgulhar.

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