É dito entre os especialistas em medicina do futebol que a fratura do quinto metatarso – osso do antepé articulado com o dedo mindinho – é uma das lesões ósseas mais comuns do meio esportivo. Pois é. Em um ano, o problema acometeu as duas principais joias da coroa da Pátria de Chuteiras. Em fevereiro de 2017, o atacante Gabriel Jesus foi a vítima e ficou de molho por dois meses e 13 dias. Agora, o médico da seleção brasileira, Rodrigo Lasmar, que ficará responsável pela cirurgia de Neymar – outra vítima da maldição do metatarso -, afirma que o craque poderá ser afastado por até três meses dos gramados, após a constatação de que houve fratura – não fissura, como inicialmente especulado – no pé do jogador.
Diferentemente do que ocorreu com Gabriel Jesus, o “timing” da lesão de Neymar foi o pior possível. Cumprindo-se o prazo dado pelo médico após a cirurgia agendada para este sábado (3), o atacante do PSG só poderá retornar aos gramados em 3 de maio, a apenas 11 dias do prazo final para as seleções apresentarem a lista de convocados para a Copa do Mundo. Da liberação até o jogador estar, de fato, em ponto de bala pode requerer um pouco mais de tempo. Talvez, até o fim de maio. Assim, o principal jogador brasileiro teria pouco tempo para retomar o ritmo de jogo até a estreia da Seleção Brasileira na Rússia, marcada para o dia 17 de junho, contra a Suíça.
O cenário preocupante, todavia, pode até ser benéfico. Tite é habilidoso em trabalhar equipes e egos. Sem a estrela da companhia poderá fazer testes com jogadores que até então pareciam escondidos à sombra do atacante. Nos amistosos que antecedem à Copa, o treinador deve focar ainda mais na coletividade – principal marca de seu trabalho. Um conjunto ajustado é a senha para que Neymar possa brilhar de fato e, recuperado, ser o que se espera com a camisa amarelinha: o craque de uma equipe estruturada, não apenas um individualista talentoso, como, por vezes, tem sido no PSG.