A primeira derrota carijó na Série B pela diferença de dois gols – o 3 a 1 do Sampaio – não foi uma simples infelicidade. Se o início da trajetória alvinegra na Segundona esteve rotulado por triunfos adversários encarecidos em duelos equilibrados (e de baixo nível técnico, característica da competição), o confronto em São Luís do Maranhão criou nova preocupação.
Não bastassem os desfalques por lesão de Hiroshi e Henrique, o Tupi se portou no Castelão, na maior parte do jogo, de uma forma que pouco se havia visto até então. Mesmo diante do lanterna, pressionado pelo torcedor e sem confiança, o Carijó se contentou em esperar o adversário atrás da linha central do gramado, apostando em contra-ataques sem os apoios de Recife, improvisado pela direita – função que nunca o vi realizar pelo Alvinegro nos treinos -, e o tímido Douglas, pela esquerda.
Respeito as escolhas dos nomes, certamente embasadas diante das ausências e elenco enxuto à disposição neste momento. Insisto, contudo, no comportamento conjunto dentro das quatro linhas. Mesmo após o primeiro gol maranhense, os 11 atletas da equipe juiz-forana seguiam atrás da linha da bola até o meio-campo. Este tipo de postura não pode ser encorajado no atual cenário do esporte. Sem Hiroshi, o time acertou o travessão de São Januário. Atropelou o Paysandu. Obediente taticamente, foi superior ao Brasil de Pelotas e ao Criciúma, longe de casa. Sempre agrupado e buscando realizar partidas de igual para igual, independente de quem jogue ou enfrente. É nesta esperança que o torcedor se agarra.
Antes de passar a bola novamente ao dono deste espaço, o competente colega Renato Salles, me despeço com um último desejo: que a partir desta noite, diante do Vila Nova, o Tupi volte a fazer o seu jogo, com posse e personalidade. Sobre o duelo em São Luís: que não se repita.
*Renato Salles volta a escrever neste espaço na próxima semana