O que era banho-maria virou fritura interna. Dunga e Gilmar Rinaldi, dizem, já estão queimados com a cúpula que (des)governa a CBF. O descrédito do treinador casmurro e do empresário de boleiros travestido de dirigente não surpreende a ninguém. Talvez, só à cartolagem que comanda o balcão de negócios em que se transformou os bastidores da Seleção Brasileira.
Ao que parece, realmente acreditavam que a arrogância de Dunga da porta para fora (contraste perfeito com sua leniência diante dos manda-chuvas da CBF) seria capaz de enganar por mais quatro anos. Mas o fato é que Dunga pouco sabe de tática ou de gestão de egos _ nossos jogadores atuais nada mais são que Narcisos _, e Rinaldi não passa de um lobbysta. Não havia como dar certo. Logo, nada evoluiu após os já eternos 7 a 1.
Constatado o óbvio, vamos falar do óleo quente. Dunga não manja muito de comando técnico, mas sua fritura é incoerente. Quem apostou em Dunga para reconstruir a Seleção após o Mineirazzo deveria manter o blefe até o final. Em outras palavras, o técnico turrão só pode ser avaliado, de fato, após a Copa da Rússia. Um projeto vitorioso não se constrói em um ano e alguns meses. Ainda mais em se tratando de seleção, situação em que o grupo se reúne por meia dúzia de dias, de três em três meses.
Queimar Dunga agora é queimar de antemão seu sucessor. Ninguém fará milagre às vésperas dos Jogos Olímpicos ou pegando o bonde das Eliminatórias andando. Detesto o trabalho do treinador, mas defendo contrariada mente seu direito de trabalhar até o fim de seu ciclo. Errado foi quem contratou. Agora, aguenta.