Uma das maiores dificuldades que as empresas do varejo têm ao entrar na internet é sair daquela mesmice: ficar postando os seus produtos com o preço e sugerindo a compra. Talvez esse modelo funcione nos veículos de massa como por exemplo a televisão e o rádio. Mas, uma vez que as pessoas podem escolher qual conteúdo vão consumir, na internet a banda não toca dessa forma.
Não há nada de errado em querer estar nas redes sociais para vender seus produtos. Porém, é fundamental adequar a sua estratégia ao formato e linguagem que as elas exigem para obter sucesso. As pessoas estão nas redes sociais para se relacionarem e, sobretudo para se entreterem e cada vez menos há paciência para os anúncios publicitários. No próprio Youtube, por exemplo, aqueles 5 segundos de publicidade que aparecem antes do vídeo começar duram uma eternidade na cabeça do usuário.
Falando sobre o tema, veja a nossa entrevista com André Siqueira que é referência na área de marketing de conteúdo no Brasil
Mas então, se tenho uma empresa de varejo, como vou divulgar meus produtos de forma mais inovadora e menos intrusiva? Com planejamento e muita dedicação é bem possível de tirar um ótimo proveito dessa oportunidade que as redes sociais oferecem. Veja alguns exemplo:
Novo Glossário
De acordo com o jornal Valor Econômico, em uma pesquisa de varejo realizada pela PricewaterhouseCoopers, a influência das mídias sociais sobre os brasileiros é maior do que a média global. Dos 19 países pesquisados, 62% dos brasileiros afirmaram que as redes socais tiveram impacto sobre a decisão de compra. Entre os consumidores em geral, 28% informaram que usam as redes sociais para descobrir marcas, 27% usam para pesquisar o retorno que as marcas têm e 34% usam para seguir suas marcas favoritas na rede. Detalhe: 35% informaram que assistem a vídeos sobre os produtos nas redes sociais.
Fizemos um post sobre o porquê você deve começar a investir em vídeos no Facebook. Dê uma olhada!
Alguns estudiosos já chamam o movimento de s-commerce (social commerce) como uma variação do já conhecido e-commerce. O comércio social engloba fornecer o conteúdo atrativo para o usuário (seja por promoções e ofertas) bem como fornecer um feedback direto, controlando as manifestações tanto negativas quanto positivas sobre a sua empresa e seu produto. Tudo na velocidade que a rede exige.
Hoje, podemos falar de um ambiente de co-criação, ou seja, uma nova forma de criar produtos e de oferecer experiência e colaboração entre os fornecedores, empresas e consumidores. Os consumidores hoje são chamados de prosumidores, ou seja, são os consumidores que são pró ativos, que buscam sempre interagir com a sua empresa e também participar dos processos criativos, influenciar e mudar as coisas bem como estimular a melhor experiência pessoal por parte do cliente. Na realidade, hoje as pessoas querem ajudar a sua marca a lucrar, mas sobretudo querem lucrar também.
Papo de Pinguim
Um dos maiores cases de sucesso do Brasil em mídias sociais é o Pinguim do Ponto Frio. Utilizando a combinação do timing perfeito e o bom humor, o mascote faturou para empresa a bagatela de 20 milhões de reais em vendas no ano de 2012, sem qualquer investimento em mídia, apenas utilizando o Facebook e o Twitter.
O personagem que conta com o trabalho de 4 profissionais de social media se aproveitou de momentos importantes para contextualizar seus produtos. Na mudança do papa por exemplo, enquanto todos aguardavam a fumaça branca sair da chaminé para a escolha do novo pontífice, o pequeno Pinguim disse para seus seguidores, que a fumaça branca indicava também o saldão de umidificadores. Baita exemplo de interação entre o público e esse personagem que mora num e-glu:
E a criatividade não parou por aí! Outro sucesso da rede social foi se valer do sucesso da novela Avenida Brasil, ao oferecer aos seguidores o Kit Carminha, que incluía rodos e capacetes. O personagem deve ser sempre um convidado para dialogar com o personagem e por isso, saber dos assuntos do momento é um bom caminho para conseguir engajamento.
O perfil no Twitter (@pontofrio) possui quase 90 mil seguidores, mas o foco da estratégia não é aumentar o número de seguidores, mas sim buscar cada vez mais o engajamento, a interação com os usuários.
Porém este tipo de ação não é para ser aplicado em qualquer empresa. Antes é necessário identificar o seu público alvo da sua marca e qual o tipo de interação que busca seu consumidor. Não basta só fazer a gracinha pela gracinha, por trás, um objetivo deve estar bem definido.
A boa e velha promoção
Essa é uma das estratégias de marketing mais antiga e mais eficiente. Promover seus produtos com ótimo desconto ou boas condições de pagamento pode ser uma boa estratégia para aumentar as vendas, mas se tratando de internet e redes sociais, é uma oportunidade para ganhar mais engajamento. Sortear produtos para aqueles que curtirem e compartilharem é uma boa forma de entretê-los e ao mesmo tempo apresentá-los ao seu público. Vale lembrar que as promoções são úteis desde que sigam as regras corretas para sorteio na web e divulgação.
Análise das métricas das redes sociais
Outro lembrete importante! Engana-se quem pensa que as redes sociais são apenas um espaço para comunicar. É um importante espaço de conexão com seu ciente, e sobretudo um espaço que oferece importantes insights sobre seus padrões de comportamento, tendências de mercado e surgimento de novas oportunidades. Um trunfo que não pode ser ignorado pelo varejo.
O Facebook posssui uma área de análise de métricas que você pode usar para avaliar o que está dando certo e o que não funcionou para a sua página, bem como descobrir os horários que seus fãs estão presentes na rede social e quais são os posts que geram maior engajamento.
Gostou deste post? Quer testar essas estratégias em seu negócio?