Foi só o Estádio Municipal se abarrotar de jogos que o debate nacional sobre os preços dos ingressos virou assunto na cidade. Os amantes do futebol, que não são estudantes e se aventuraram no Mario Helênio nos últimos 4 jogos – Flu contra o Criciúma, o Fla contra o Atlético-PR e os dois jogos do Galo Carijó, diante do Atlético-MG e do Villa Nova – gastaram R$ 200 em menos de um mês. Isso, sem levar alguém da família.
Sancionado pela presidente Dilma Roussef, no ano passado, o Profut determina que os clubes decididos a renegociar suas dividas fiscais com o Governo mantenham uma oferta de ingressos a preços populares, longe dos valores que vêm sendo praticados. O bolso do torcedor virou a solução para as dividas criadas por dirigentes incompetentes. Os preços atuais são inacessíveis para o trabalhador que recebe salário mínimo, que corresponde a boa parte dos brasileiros que encaram o futebol como uma das poucas opções de lazer da semana.
O espaço vazio na arquibancada não deixou de ser presença marcante nas últimas quatro partidas em Juiz de Fora, e não é por falta de lugar que os menos favorecidos estão deixando de frequentar a torcida do seu time. Cada vez mais elitizado, o futebol tem deixado de ser o esporte do povo. Desaparecidos dos estádios, os geraldinos ficaram para a história, sem a sua principal alegria das tardes de domingo. Já dizia Armando Nogueira, na época que o futebol era do povão: “Olha, leitor, aquele ali é o Geraldino. Ele vem buscar a vitória que, lá fora, a vida lhe negou a vida inteira.” Agora também lhe é negado o prazer de torcer pelo seu time de futebol.