Lá vem ele, cabisbaixo, desanimado, fadado à derrota, já recebe críticas a balde antes de começar a sua curta caminhada. Chamado de deficitário, é o sinônimo do prejuízo, e o seu nível é qualificado como baixo. Sua existência será tema de debates nos programas de TV, nas colunas dos impressos, na web e nas resenhas do rádio, muitos pedirão a sua cabeça. Para piorar, só tem festa quando ele acaba, mas é festa no Brasil inteiro.
Sem ele não teríamos o gol de barriga do Renato Gaúcho, o gol de falta do Pet em tarde de Zico, o cruzamento de letra do Léo Lima, a cavadinha do Loco Abreu. Sem ele não veríamos o gol do Ademílson, na gaveta do Fábio, na vitória do Tupi sobre o Cruzeiro em 2010, nem o Atlético Mineiro penando com o Tupi em toda década de 1980 no Salles Oliveira. Sem ele, muitos clubes do interior não sobreviveriam, inclusive o nosso Galo Carijó.
Você também reclama dele, o ofende nas derrotas, mente e bate no peito que tem jogo que nem assiste, se engana que no Brasileiro tudo será melhor. Vai desdenhá-lo até o final, mas se o seu time for o campeão, ele vai virar o seu melhor amigo pelo menos na segunda-feira. Vai, confessa que você está com saudade do nosso companheiro de verão, o “Campeonato Estadual”?