Em dezembro, o mês das lembranças e reflexões, é sempre a mesma angústia, bate a saudade das coberturas dos jogos do Tupi no Mário Helênio. Quase como um ritual: pegar a pulserinha no credenciamento, dar um alô para os professores Tadeu, Cláudio e Flávio, funcionários do Estádio, e depois um aperto de mão do Sr. Toledo “fantasma do Mineirão”. No caminho, como se fosse uma coleção de amuletos, não pode faltar a tradicional foto do Amaury Garçom e suas filosofias escritas a mão numa cartolina branca. Nem esquecer de dar um salve para o Sr. Joel, ex-atleta do clube, parte da história do Tupi, dentro e fora dos campos e depois, mais a frente, para a Senhora Edy, nas amarras com a faixa da Tupinga. Mais para a direita, já na turma do amendoim, pertinho do banco de reservas, um sinal de longa vida ao Rock n’ Roll para o amigo Tuka, sempre marcando presença, como nos palcos. Depois do inabitável espaço da torcida adversária, talvez um dos paradoxos mais interessantes das arquibancadas brasileiras, o torcedor solitário, na sua esquina particular, divide o seu vazio com sua faixa e experiência que contrasta com toda a juventude da Tribo Carijó, como se fossem da mesma aldeia, e são.
Sim, aqui nas montanhas ainda temos os geraldinos, são poucos, mil e quinhentos, mas são bons, são fiéis, são Juiz de Fora, nunca invisíveis ao olhar do fotojornalista. No campo, antes do time entrar, sempre sobra espaço para a resenha com os repórteres, cinegrafistas, assessores, amigos do rádio, jogadores e comissão técnica do Tupi. Alguns estão ali a trabalho, outros por paixão e outros por paixão e trabalho. E isso é só uma pequena parte dos que correm, nadam, lutam, se arrastam, pilotam, torcem e labutam pelo sucesso do desporto da cidade. Impossível, enumerar todas coberturas, todos trabalhadores e todos personagens no espaço de alguns centímetros da coluna. Sintam-se todos representados, nas figuras destes moradores do habitat Estádio, para receber os votos de Boas Festas nas casas de vocês e um desejo de sucesso a todos os amantes do esporte na cidade, é a torcida do amigo colunista.