Boa parte dos “jovens com mais de 40” que cantaram “Love of my life” com o Queen, no último fim de semana, voltaram em algum momento de suas vidas a 1985. Como viciado que sou pelo mundo da bola, quando se fala em datas, quase que instantâneo me vem à mente o que acontecia no mundo do futebol no ano em que o Tancredo morreu. Além dos morcegos do Ozzy, do Vital e sua moto, me vem a lembrança dos ídolos, dos títulos, da Seleção e do Tupi do Salles Oliveira.
Naquele ano de primeiro Rock in Rio, o Bangu sagrava-se vice-campeão brasileiro. Nada contra os coxas-brancas, mas aquele Brasileiro me marcou mais pela derrota do time carioca do que pela vitória do Coritiba. Bebeto e Romário começavam a mostrar suas habilidades após a decepção da copa de 1982. Zico seria covardemente agredido pelo Marcio Nunes e o Tupi seria campeão mineiro do interior.
Natural que após 30 anos muita coisa tenha mudado. Tem axé no Rock in Rio. O Bangu não disputa nem a Série D. A Seleção perdeu de sete. E o Tupi foi campeão brasileiro. O que ainda não mudou foi a mentalidade de poucos do contra – como se falava em 85 – ou antis – no dialeto 2015. Após a derrota de 3 a 0 para o Londrina no domingo, começaram os profetas do Facebook: “já vi esse filme”, “conheço esta história”, “no final é sempre assim”. Menos. Foi uma derrota para ligar o sinal de alerta, mas o Tupi está classificado. É hora de passar confiança ao time e lotar o Mário Helênio – que nem existia no primeiro Rock in Rio. O time está a apenas dois passos do paraíso.