Criado em 1972, o parque tem 71.525 hectares demarcados e parte do território dos municípios: São Roque de Minas (cidade mais próxima do parque), Capitólio, São Batista do Glória, Vargem Bonita e Delfinópolis, no Sudoeste de Minas Gerais.
Na época da criação do parque, em 3 de abril de 1972, o decreto nº 70.355 estipulava a área de preservação em aproximadamente 200 mil hectares, mas, com delimitação e desapropriação, o poder público o implantou com cerca de 72 mil hectares. No início da década seguinte, o plano de manejo da unidade de conservação, elaborado pelo extinto Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), excluiu as demais áreas (ao sul do parque), em especial o Chapadão da Babilônia. Ainda hoje, discute-se sobre a expansão dos atuais 72 mil hectares para 121 mil hectares de terras protegidas. Os 200 mil hectares originais estão valendo apenas no papel.
Nascente do Rio São Francisco
O principal objetivo da criação do Parque foi a proteção das nascentes do rio São Francisco, o curso d’água mais conhecido que brota no imenso chapadão em forma de baú ou canastra. A Serra da Canastra é uma espécie de berçário de rios, contribuindo para a formação das bacias hidrográficas do São Francisco e do Paraná. Da bacia do Paraná, um dos rios mais conhecidos que nascem no chapadão é o Araguari, também chamado de Rio das Velhas na parte inicial.
Com altitudes variando entre 900 e 1.496 metros, a primeira queda do Velho Chico mede cerca de 200 metros e leva o nome de Casca D´Anta, que pode ser visitada pela parte alta ou baixa. O nome vem da árvore Casca D’Anta (Drimys winteri) que, por sua vez, foi assim batizada porque que tem propriedades medicinais, cicatrizantes. Segundo os pesquisadores, o animal anta se esfrega no tronco da árvore para curar ferimentos superficiais.
Fauna e Flora
O cenário no Parque Nacional da Serra da Canastra é algo que não se esquece facilmente. O relevo é acidentado e, em alguns locais, o acesso é bem difícil. Há muitos jipeiros que fazem o passeio, levando até 4 pessoas pelo valor médio de R$ 150 por cabeça (valor cobrado em julho), a partir de São Roque de Minas. A vegetação rasteira, típica do cerrado, produz uma paisagem única, com grandes vistas panorâmicas e muitas cachoeiras, algumas acima dos 100 metros de altura.
A vegetação também favorece a observação de animais selvagens, como o tamanduá-bandeira, o lobo-guará e o veado-campeiro. Outros bichos também ameaçados de extinção podem ser vistos, se a sorte ajudar, como a lontra, o macaco sauá e as três maiores e mais fascinantes: o tatu-canastra, o pato-mergulhão e a onça parda.
As áreas de campos e cerrados da Canastra exibem também o cachorro-do-mato, a siriema, a ema, o gavião carcará e o magnífico gavião-caboclo. Nas matas ciliares e nas fazendas, o show é do mico-estrela, dos quatis, do urubu-rei, do jacu, do tucano-açu e do canário-da-terra.
Para conseguir avistar alguns desses animais as regras são fazer silêncio e dar preferência ao passeio no começo ou no final do dia. Por fim, há os locais estratégicos, pontos com registros de avistagem que só alguns guias e os visitantes mais experientes sabem identificar. Tivemos a sorte de cruzar nosso caminho com o guia João Belo, nascido e criado na Canastra, bom contador de causos e piadas e que conhece o parque como a palma de sua mão. Conseguimos ver o lobo-guará, que foi mais rápido que nosso clique e quatro lindos tamanduás-bandeira. Do tatu-canastra, só avistamos a toca.
São mais de 6 mil espécies vegetais, mais de 800 espécies de aves e quase 200 espécies de mamíferos, segundo o Ibama. Uma estrada de 60 km corta o Parque de fora a fora e vias secundárias dão acesso a algumas das principais atrações, como o Retiro de Pedras (área da primeira fazenda instalada na região), a parte alta da cachoeira dos Rolinhos, o cânion do rio São Francisco e o Curral de Pedra, ruínas de uma antiga fazenda de uso temporário, geralmente no verão, quando o gado de leite era levado das partes mais baixas da serra para o chapadão. Os muros de pedra foram construídos sem argamassa, com imensos blocos de pedra arrastados com a ajuda de carros de bois.
E depois de andar o dia inteiro pelo Parque, nada melhor que sentar em um restaurante para comer e beber uma cerveja artesanal gelada.
Ingresso
O Parque Nacional da Serra da Canastra pode ser visitado o ano todo, porém, a época ideal é de abril a outubro, pois o tempo está menos chuvoso, facilitando o acesso às atrações e tornando os passeios mais agradáveis. Nos períodos chuvosos, é preciso ficar atento às possibilidades dos leitos dos rios encherem rapidamente e às condições das estradas. Ocasionalmente, em casos de incêndios florestais, a unidade de conservação pode ser fechada ao público. O horário de funcionamento é de 08 às 18 horas, porém, a entrada nos atrativos é permitida até as 16 horas, ou, em horário de verão, até as 17h. O parque cobra ingressos para o público em geral, com desconto para brasileiros, de acordo com a tabela abaixo, referente a julho de 2017.
Perfil do Visitante | Valor do Ingresso (em Reais – R$) |
Visitante estrangeiro | 19,00 |
Visitante brasileiro ou estrangeiro residente no Brasil | 10,00 |
Visitante brasileiro ou estrangeiro residente no Brasil, com idade de 60 anos ou mais, e crianças com 12 anos incompletos | Não há cobrança |
O endereço da sede administrativa é Av. Presidente Tancredo Neves, 498. São Roque de Minas / MG. A geolocalização de coordenadas é: Lat. -15.172464° e Long. -44.191932°.