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Entendendo (e respeitando) meus limites

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Sempre fui uma pessoa inquieta que, como diz meu filho, Pedro, “adora inventar uma moda”. Quando visito uma cidade turística, gosto de ir além dos cartões-postais para conhecer o que o turista não vê e observar a rotina dos locais. Se estou na praia, quero caminhar por toda a faixa de areia para saber o que tem no final. Se estou na montanha, quero subir o morro para saber o que tem atrás dele. Ou seja, dou uma canseira em quem viaja comigo! Acredito que a curiosidade que me move faz parte do ser jornalista, sempre em busca de uma nova história para contar.

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Eu e a equipe do programa Vida Saudável Plasc: Anderson Miosso (médico), Kamila Coldibeli (enfermeira), Adriana Veiga (psicóloga), Adriana Gomes (coordenadora), Mariane Ricon (nutricionista) e Marcela Januzzi (fonoaudiologa) (Fotos: Ascom)

Aos 55 anos, continuo inventando moda e acho que serei assim por toda a vida. Apesar de conviver com duas hérnias na coluna lombar e um problema no menisco do joelho direito, ainda não me dou por vencida quando o assunto é desbravar (e vencer desafios). Por isso, para escrever sobre a fé dos romeiros, achei necessário caminhar ao lado deles, nem que seja apenas nos trechos que minhas pernas aguentarem. E para que meu projeto jornalístico fosse aceito, prometi à direção do jornal não ultrapassar meus limites para não comprometer minha saúde.

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Promessa feita, proposta aprovada com bônus: duas grandes empresas da cidade, Bahamas e Plasc, abraçaram a ideia em forma de patrocínio. O plano de saúde da Santa Casa ainda disponibilizou toda sua infraestrutura para que eu pudesse me preparar da melhor forma possível. A menos de um mês e meio do início do percurso de 300km até Aparecida do Norte, é preciso correr contra o relógio para adaptar o organismo às exigências da empreitada.

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Fui acolhida com muito carinho pela equipe multidisciplinar do programa Vida Saudável Plasc . Médico, enfermeira, nutricionista, psicóloga, fonoaudióloga e equipe de fisioterapia se apresentaram de maneira generosa, dispostos a colaborar com o projeto. Desde então, tenho realizado vários exames médicos e feito sessões de fisioterapia para fortalecimento do joelho e da coluna. Uma dieta alimentar foi elaborada para suprir as carências do meu organismo, em especial a proteína, pois há tempos aboli a carne do meu cardápio.

Com as fisioterapeutas do Plasc Cinthya Rezende e Milena Bicudo

Para caminhar por muito tempo em estrada de chão, neste período de seca, com poeira e queimada nos pastos, devo pingar soro no nariz para hidratar as vias respiratórias e beber muita água. A fonoaudióloga ainda ressalta que a ingestão diária de uma maçã com casca ajuda a hidratar as cordas vocais e evita o pigarro. É importante não falar muito durante a caminhada, principalmente nos 97km restantes que serão percorridos nas margens da Via Dutra. O barulho dos veículos faz com que as pessoas aumentem o tom de voz, e a fala alta prolongada pode provocar rouquidão.

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Ter a consciência de que, devido a minha limitação física, terei que, por alguns momentos, percorrer uma parte do trajeto de carro foi um ponto abordado pela psicóloga. É importante ter isso em mente para não me frustrar quando a dor ou o cansaço me vencerem. A responsabilidade em entender o meu limite deve estar acima da minha inquietação. Não sou e nunca fui atleta. Mas sempre pratiquei caminhada pelas manhãs no bairro onde moro, atividade que me ajuda a aliviar o estresse e a não me deixar sedentária. A diferença agora é que, nas últimas semanas, passei dos 6km – cinco vezes por semana – para 15km, com expectativa de chegar a 20km neste fim de semana.

Sinto dores, cansaço e um prazer enorme de acordar de manhã e saber que tenho algo a realizar. Sou movida a desafios, e, sinceramente, ter sempre uma dificuldade a vencer, para mim, é viver. Portanto, Pedro, sua mãe vai continuar inventando moda. Ainda bem!

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