“Saí de Juiz de Fora a pé, no dia 17 de julho, ao lado de 87 romeiros em busca de uma resposta: “Que fé é essa que faz quase 90 pessoas andarem 320km, em dez dias, até o Santuário de Aparecida para homenagear Nossa Senhora?” Voltei, no dia 27, com a certeza de que não existem palavras que respondam a esta pergunta. Para entender esta fé, é preciso senti-la. E foi isso que eu fiz nestes dez dias de caminhada.
Logo na saída, tentei marcar os rostos dos companheiros de viagem, muitos deles com mais de 60 anos. Aos poucos, fui conhecendo cada um e entendendo de onde tiram fôlego para caminhar por tanto tempo. Na estrada, junto aos romeiros, a energia é tanta que dores e cansaço não derrubam facilmente. É ali, na estrada, com os dois pés no chão, que a mente ganha asas e capta o recado que o Universo quer lhe transmitir. Os pensamentos passeiam, e os problemas que enfrentamos no nosso dia a dia parecem pequenos diante da magnitude da energia que sentimos.
A caminhada começa na escuridão da madrugada, com a contemplação de um céu que não conhecemos na cidade. Nesta hora, já começa nossa conexão com algo maior, com o desconhecido que nos protege, nos fortalece. Quem na noite anterior não conseguia pisar no chão, agora está a postos, pronto para mais um trecho a ser percorrido a pé. O terço de madeira é carregado por alguns braços e rezado por todos. Orações feitas, terço guardado no caminhão e os passos já podem ser acelerados, uns mais que os outros. Divididos em muitos grupos, seguimos o caminho sinalizado por galhos de árvores colocados no chão por quem vai na frente e já conhece o percurso.
O dia amanhece, e as paisagens são sempre encantadoras. O ar puro do campo nos deixa ainda mais sensíveis, e quem carrega uma dor profunda começa a deixá-la pelo caminho. Há sempre alguém ao lado disposto a ouvir o que seu coração necessita expressar. Foi assim, caminhando atenta a quem estava a meu lado, que conheci a fé de muitos. O rosto alegre e o sorriso fácil, muitas vezes, escondiam dores que a alma tentava esconder. Com o passar dos dias, muitas dessas dores eu vi sendo deixadas para trás.
“Cheguei carregando o mundo nas costas, me culpando por muitos dos problemas enfrentados pela minha família. Entendi que só admitir a culpa não resolve nada, é preciso que eu me modifique. E é modificado que vou retornar para minha casa”, me disse emocionado um dos romeiros que caminhou longo trecho ao meu lado em um dos primeiros dias da nossa jornada. No decorrer da semana, o semblante era outro, e o sorriso parecia ser mais verdadeiro. “Estou experimentando a felicidade de estar de bem comigo mesmo.” São os milagres da estrada, pensei.
Entre as muitas atribuições, o caminho também ajuda a colocar nos trilhos a fé que ameaça escapar. “Para mim, (a caminhada) está sendo um resgaste da minha fé”, me conta a enfermeira de Belo Horizonte Paula Cristine Cancela Neves, 41 anos. Ela explica que o pai sofria com o alcoolismo e, por mais que ela rezasse, a situação continuava a mesma. “Eu ficava muito chateada com Deus, ficava brava.” Mas a melhora veio, o pai de Paula parou de beber. “Foi um verdadeiro milagre. A família se uniu novamente. Eu sabia, lá no fundinho, que a minha fé estava viva.”
A fé de Linderberg Gonçalves, 50, sempre esteve viva e foi ela que, segundo ele, o ajudou a vencer um câncer há cinco anos. A chegada a pé a Aparecida foi comemorada como mais uma vitória em Deus. “Eu sempre me senti abençoado e eu consegui mais uma (vitória). É Deus me ajudando, é Deus mostrando para mim que Ele é Onisciente, Onipresente, Onipotente. Ele pode tudo, Ele sabe de tudo, Ele está em todos os lugares.”
Passos no chão de terra
Nos primeiros sete dias do trajeto – de Juiz de Fora a Resende -, caminhamos por estradas vicinais, passando por fazendas e distritos em áreas rurais. Ali, a conexão com o universo era forte. O silêncio e a natureza perfeita facilitavam essa ligação. Saíamos para a estrada todos os dias às 4h. Os peregrinos de passos mais rápido chegavam ao local de pouso (escolas, quadras, salões ou igrejas) no meio da manhã. O grupo dos “lentinhos”, no qual eu me incluía, terminava o percurso por volta de 13h. Alguns, com os pés mais debilitados, recorriam ao carro de apoio para concluir um trecho do percurso.
Enquanto seguíamos a pé, o caminhão com as bagagens dos peregrinos viajava na frente com o cozinheiro Silvio Antônio Batista, que, pelo segundo ano consecutivo, se apresentou, voluntariamente, para preparar todas as refeições do grupo. No local de hospedagem, malas e colchonetes eram descarregados e colocados no passeio pelos peregrinos que chegavam primeiro, enquanto Silvio preparava o almoço, servido por volta das 14h.
Ao chegar da caminhada, o romeiro pegava sua bagagem e ia procurar um espaço nos salões ou salas de aula para estender seu colchonete. O banho, muitas vezes, era na casa dos moradores. Água quente nos alojamentos não era muito comum. Após o almoço, era chegada a hora de esticar o corpo, massagear com pomadas as áreas doloridas ou furar as bolhas nos pés.
O operário José Reis, 57 anos, pioneiro na Caminhada da Fé, se tornou um especialista no assunto. O “Doutor Reis”, como foi carinhosamente apelidado pelos companheiros de jornada, era solicitado a todo momento. A agulha esterilizada furava a bolha, e a linha ajudava a drenar.
A clientela era tanta que Doutor Reis precisou contar com o auxílio do funcionário público aposentado Sergio Silva Paiva. E se engana quem pensa que drenar uma bolha é sofrido para um romeiro. No dia seguinte, os pés medicados já estavam novamente na estrada rumo ao destino final. E se o tênis prejudicasse o caminhar, havia sempre alguém para emprestar uma sandália. Nesta jornada, compartilhar foi um verbo bastante conjugado. Pomadas, analgésicos, fitas adesivas, agasalhos… o que é de um romeiro é de toda a romaria.
E o espírito solidário da peregrinação contagiou quem vive ou trabalha nos caminhos por onde passamos. Na beira da estrada, era comum os moradores ofertarem uma água fresca, um café saboroso e até mesmo alguns quitutes. No comércio, pagar a conta do lanche era quase uma ofensa a quem enaltecia a fé dos peregrinos. Muito mais que saciar a sede ou a fome, o gesto daquelas pessoas acariciava o coração e fortalecia as pernas para o trecho que ainda estava por vir.
O carinho daquela gente simples me comoveu e me fez refletir o quão fácil é encontrar a felicidade quando entendemos o verdadeiro significado da vida. Às vezes, é preciso diminuir os passos para observar o caminho. Se abrigar na sombra de uma árvore para apreciar o balanço das folhas com o sopro do vento. Observar o céu, admirar a grandeza do universo. Olhar nos olhos de quem está ao seu lado e deixar que fale o que vem ao coração. Dar um abraço demorado para sentir a energia de quem lhe quer bem, e desejar de volta todo o afeto que aquele gesto lhe trouxe. Entender que somos hoje resultados do que fomos ontem e saber que, se for preciso, podemos recomeçar hoje para fazer um belo final amanhã. A vida nos apresenta muitas trilhas, é preciso ter discernimento para saber qual delas poderemos caminhar com segurança.
Passos no asfalto da Via Dutra
No sétimo dia de peregrinação, chegamos à parte mais difícil do caminho, a Via Dutra. Na minha estreia como caminhante numa das rodovias mais movimentadas do país, precisei me agarrar à força dos companheiros para não entrar em pânico. Sair na madrugada fria e caminhar no escuro pelo acostamento do asfalto não é para amadores. O trânsito intenso de caminhões causava um impacto ainda maior depois de uma semana em meio ao silêncio da zona rural. Era preciso andar em fila indiana e na pista contrária aos carros.
Logo no início, o vento forte provocado pela passagem de uma carreta ao meu lado arrancou da minha testa a lanterna que iluminava o chão que eu pisava. Apanhei os pedaços no asfalto e segui iluminando alguns trechos mais escuros com o celular. A tensão, somada ao frio intenso, era tanta, que endureci o pescoço. “Cadê aquela força imensa que senti em todos os outros dias?”, me questionei. O Deus que eu senti na zona rural haveria de estar ali também. Era preciso me conectar a Ele. Olhei para o céu em busca do mar de estrelas que me inspirou em todos aqueles dias. Os faróis e, provavelmente, a poluição, não o deixavam tão evidente. Mas ele estava lá, tinha certeza.
A Dutra seria o nosso único caminho nos três últimos dias, não dava para recuar, era preciso resistir. Pensei em tudo o que tinha vivido (e aprendido) até ali e fui me fortalecendo. Logo, a tensão foi passando, e eu consegui seguir com confiança.
O dia amanheceu, e a claridade possibilitou que caminhássemos, em alguns trechos, pela grama ao lado do asfalto. Era um refresco. Mas para o comerciante Fernando de Oliveira, 48, nenhum momento naquela estrada poderia tirar seu foco. Ele era um dos guardiões que caminhava atrás para auxiliar quem precisasse. Na zona rural, cantava e arrancava gargalhadas de quem estava a seu lado. Na Dutra, a situação era outra. “Aqui é mais difícil. A gente não pode desviar a atenção para um idoso que está na frente, ou atrás. Tem que caminhar com fé e com muita atenção no próximo.”
Seguia meu caminho quando se aproxima de mim o responsável pela caminhada, Marco Aurélio Costa. Foi ele quem, há sete anos, saiu ao lado de 11 amigos para traçar a rota que, a cada ano, leva um número maior de romeiros a pé até Aparecida. “Eu olhei para você caminhando e fiquei pensando o que traz eu e você até aqui. Além de você ser uma profissional, você também tem sentimentos. E é esse sentimento que faz a gente mover em busca de coisas que nos realizam, coisas que nos fazem bem”, me disse, afirmando o desejo que todos temos de aprofundar mais sobre o significado da fé. “Você quer sentir mais emoção, você quer viver mais essa experiência. É uma coisa que não cansa. Não cansamos de falar de Jesus, de falar da mãe dele com esses nossos irmãos que estão confiantes que vão chegar. É surpreendente. Cada passo, vem uma dorzinha, um desânimo, e você fala: ‘com Deus tem jeito’. Isso é inexplicável.” Sim, Marco Aurélio, é inexplicável a energia que sentimos nessa jornada de fé.
Exercendo a solidariedade
Chegar andando até Aparecida é o objetivo de todos. Mas os percalços do caminho impediram alguns de prosseguirem a pé. Foi o caso de Patrícia Brandão, Dalva Caiafa e Flávio José Amaral Júnior. Imbuídos no sentido fraterno da caminhada, os três permaneceram no carro de apoio para atender os romeiros que estavam na estrada. Nas paradas, eram eles quem serviam água, frutas e rapadura para os peregrinos. Orações e palavras de incentivo também não faltavam. Flávio, que é médico em Juiz de Fora, ainda prestava atendimento a quem solicitava. Uma pomada, um curativo, um comprimido ou um conselho para entrar no carro quando percebia que o romeiro havia chegado ao seu limite físico.
A assistência carinhosa do trio foi essencial nos últimos momentos da peregrinação. “Dalva é uma pessoa muito especial! Patrícia e Flávio também! Peregrinaram sem andar todo o trajeto, mas demonstraram muito amor nos apoiando e vibrando conosco! Gratidão!”, disse a professora Anamaria Rodrigues Neyo Lopes, de 70 anos. “Aprendi muito com cada um que tive contato nesta caminhada, e fiquei muito feliz em poder ajudar”, declarou Flávio. Ele diz ter se impressionado com o empenho de muitas pessoas para que a romaria seguisse da melhor maneira e destaca “a gentileza de quem chegava na frente de já deixar as malas e colchonetes fora do caminhão, e as orações durante a caminhada para quem estava com dor e quase desistindo”.
Emoção na chegada a Aparecida
Posicionada na via de acesso a Aparecida, no entroncamento com a Dutra, registrei (e chorei) a chegada de todos os companheiros. A emoção era forte. Passamos dez dias juntos, dividindo alojamento e compartilhando emoções. Todos torciam um pelo outro, sabíamos da importância da chegada a pé ao Santuário para cada um dos romeiros. Não sabia se filmava ou se abraçava quem passava por mim. Foi lindo presenciar a vitória de quem caminhou com dores e bolhas no pé. “Com dor, mas muito feliz”, disse emocionada Marione Ciscotto Alhadas de Salles. “É muita gratidão a esse companheirão que me ajudou muito a chegar aqui”, numa referência ao guardião Fernando Oliveira, que não conteve as lágrimas e chorou de emoção.
Em Aparecida, os romeiros visitaram a imagem de Nossa Senhora Aparecida e se reuniram no estacionamento do Santuário, onde a alegria tomou conta de todos. Abraços longos, agradecimentos aos companheiros de jornada e muitas orações. Em seguida, acompanhado dos familiares que foram recepcioná-los, os peregrinos saíram em procissão em direção à Basílica, onde todos assistiram a missa.
Fim de jornada, é hora de voltar para a casa e compartilhar toda a bagagem deste mergulho de fé e transformação com quem ficou de longe na torcida.
A fé que sustenta o corpo
De todos os 87 romeiros que participaram da 7º Caminhada da Fé, seis têm mais de 70 anos. Todos fizeram o trajeto inteiro a pé, sem queixa alguma. Essa vitalidade me intrigava. É preciso descobrir essa “receita”. Aos 70 anos, Maria do Carmo Nogueira é de uma agilidade que impressiona. Passos rápidos e nenhuma pausa para não perder o ritmo. “De onde a senhora tira forças?”, pergunto. “Acreditando que vou chegar lá, eu vou pegando fôlego.”
“Um carro para andar precisa de quê? De combustível. O nosso combustível é a oração”, me diz Anamaria Rodrigues Neyo Lopes, professora aposentada também com 70 anos. Se você pegar o terço, que é a nossa arma, e rezar, não tem nada que te segura. Não dói pé, não dói perna, não dói nada. Você vem na fé, é a oração que te conduz para frente, que te põe para frente. Crer que Nossa Senhora está conosco, que ela é mãe, ela cuida de cada um de seus filhos. Cuida de nós também, pois ela está sabendo que estamos querendo chegar na casa dela.”
No mesmo ritmo animado das duas, seguiram a pé Ronaldo Pécora, 75, Eloy Lopes Duarte, 74, Sebastião Luiz da Silva, 72, e Vicente Antônio de Resende, 70 anos.
De volta a Juiz de Fora, tentei encontrar na ciência uma explicação para tamanha disposição. Para o geriatra Anderson Miosso, acreditar em si mesmo ajuda no cumprimento de desafios. “Quando a pessoa se entrega a uma caminhada como esta, ela chega a um nível de energia tão grande, que uma possível dor passa a ser secundária. As pessoas que caminham por obrigação, querendo algo em troca, vão sentir muito mais que aquelas que se entregaram. Eu comparo com um atleta que tem vontade de ganhar. Ele pode estar com dor, bolhas no pé, pode ter acordado num dia ruim, mas mentalmente está forte, ele quer muito aquilo, e isso suplanta qualquer tipo de despreparo físico, de dor.”
O médico cita exemplos vivenciados em seu consultório. “Os pacientes que têm muita fé e acreditam que vão melhorar vão vencendo dia após dia a luta que estão travando. Muitas vezes, não é uma melhora total do quadro, mas uma melhora que os deixa psicologicamente mais fortes. A melhora psicológica consegue suplantar o mal físico, ou pelo menos aliviar esse mal físico. Já aqueles que desacreditam apresentam piora do quadro clínico.
Para a psicóloga Adriana Veiga, a “crença em algo superior pode ser utilizada nesse momento do envelhecer como um recurso para enfrentamento das situações adversas, simbolizando aspectos emocionais e motivacionais na busca de um propósito e um significado para a vida. É esse significado que leva alguns idosos a se disponibilizarem e participarem dessa romaria, em muitos momentos até desafiando seus limites físicos e emocionais”. Ainda segundo Adriana, “essa aproximação com o sagrado auxilia muito no enfrentamento das diversas situações inusitadas inerentes ao processo de envelhecimento, trazendo sentimentos e sensações de proteção e conforto, dando sentido e entusiasmo ao viver”.
É preciso ter um sentido na vida
“Para enfrentar qualquer coisa na vida, a busca de sentido no que a gente faz é fundamental”, afirma o professor de psiquiatria da Faculdade de Medicina da UFJF e diretor do Nupes – Núcleo de Pesquisa em Espiritualidade e Saúde -, Alexander Moreira de Almeida. O médico, que atualmente coordena a sessão de Espiritualidade de Psiquiatria da Associação Mundial e da Associação Latino Americana de Psiquiatria, cita o psiquiatra judeu Viktor Frankl (1905 -1997), austríaco perseguido pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial e que passou cerca de dois anos em um campo de concentração. “Em seu livro, ‘Em busca de sentido’, Frankl mostra que aqueles indivíduos no campo de concentração que não tinham um propósito na vida tendiam a morrer muito mais que os que tinham um propósito. Isso mostra que quando a gente percebe um sentido, uma razão de ser que nos motiva, tudo muda. Já quem não encontra um motivo para a vida tem dificuldades para lidar com algo adverso e acaba se entregando”, diz.
“A fé tem uma relação com o transcendente, com a noção de Deus, de uma espiritualidade, de uma razão maior para a existência. Nós estamos aqui por algo além do ponto de vista meramente material. Toda fé diz isso. Quando vamos em busca de algo maior, que vai além de nós mesmos, somos capazes de enfrentar as maiores adversidades. Essa noção incentiva e dá motivo para a superação. Sendo assim, o próprio organismo funciona de forma diferente. É claro que não se pode dizer que toda barreira pode ser superada. Mas quando faço algo motivado, mobilizado, eu faço com muito mais boa vontade do que faria por uma coisa que não faz sentido, sem propósito.”
Alexander ressalta que a experiência de fazer a peregrinação de Juiz de Fora a Aparecida para cada pessoa tem um significado diferente. “Para uns é, muitas vezes, um ato de doação espontâneo de servir a Deus, a Nossa Senhora, de mostrar gratidão. Para outros, é um trabalho mais de cobrança: ‘Olha, estou pagando antecipado uma fatura que eu quero depois cobrar’.” Existe a pessoa intrínseca, para qual vivenciar sua religião plenamente é a razão máxima da vida. O extrínseco é o contrário, ele busca a religião para atingir outro objetivo, ele quer obter dela algum benefício. Enquanto o intrínseco vive para servir a Deus, o extrínseco vive para ser servido por Deus. Aí que vem o paradoxo da religião, e a ciência mostra isso. O intrínseco que vai para a religião sem buscar nada, ao contrário, ele quer se entregar, obtém os benefícios da religião: menos depressão, menos ansiedade, melhor qualidade de vida etc. Aquele que vai para a religião para tirar dela algo, o extrínseco, está ligado a intolerância, ansiedade e depressão.”
Para a ciência, segundo Alexander, está provado que a fé colabora para o bem-estar físico do ser humano. “Existem atualmente milhares de estudos que mostram que as pessoas que tendem a ter um maior nível de envolvimento religioso, tendem a ter melhor nível de saúde física e mental, menos depressão, menos suicídio, menos problemas com drogas, melhor qualidade de vida e até menor mortalidade geral. Há vários fatores que explicariam isso, entre eles a ideia de ter um sentido, um propósito existencial. O suporte social também é um fator importante. Os grupos religiosos tendem a enfatizar o convívio familiar, de apoio mútuo, convivem de modo harmônico, buscam o perdão e atuam de modo mais pró-social. Além disso, toda religião enfatiza evitar comportamentos violentos, riscos desnecessários, uso de álcool e outras droga,” conclui o especialista.
- Decimo dia: Cachoeira Paulista – Aparecida
- Nono dia: Queluz – Cachoeira Paulista
- Oitavo dia: Itatiaia – Queluz (SP)
- Sétimo dia: Vargem Grande – Itatiaia
- Sexto dia: São Joaquim – Vargem Grande
- Quinto Dia: Santa Isabel – São Joaquim
- Quarto Dia: São Pedro do Itaguá (MG) – Distrito de Santa Isabel (Valença/Rio)
- Terceiro Dia: Santa Bárbara do Monte Verde – São Pedro do Itaguá
- Segundo dia: Torreões – Santa Bárbara do Monte Verde
- Primeiro dia: JF – Torreões