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Há Godzillas por todos os lados, há Godzillas em tudo que eu vejo

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Oi, gente.

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“Godzilla II: Rei dos Monstros” chega aos cinemas nesta quinta-feira (30) com os fãs em polvorosa. Afinal, além do famoso lagartão sexagenário, teremos a presença de King Ghidorah, Rodan, Mothra e mais um verdadeiro “quem é quem” de kaijus passeando pela tela e Terra e detonando geral. A promessa é de destruição raramente vista nos blockbusters, com os danados arrasando cidades da mesma forma que nós podemos derrubar um castelo de cartas com um peteleco.

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Para os aficionados pelo gênero “monstros japoneses que a tudo destroem”, a espera entre o primeiro e segundo “Godzilla” (cinco anos!) foi longa, mas por sorte a Netflix começou a disponibilizar no início de 2018 uma trilogia em animação produzida pela Toho, empresa dona dos direitos do personagem criado em 1954 devido ao trauma ainda recente das bombas atômicas sobre o Japão (Segunda Guerra Mundial, conhece? Vá ler sobre o assunto, precisamos que a galera aprenda História).

Espertos que somos, esperamos a terceira parte chegar ao serviço de streaming para assistir a tudo o mais próximo possível da estreia de “Godzilla II: Rei dos Monstros”, e assim ficarmos no clima. Mesmo não sendo a melhor história com o lagartão, a nova interpretação da criatura titânica tem muitas qualidades, deixa o espectador tenso em vários momentos e continua a servir como reflexão sobre o que a humanidade tem feito com este único mundinho que temos.

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Batizada – pela ordem – como “Planeta dos Monstros”, “Cidade no limiar da batalha” e “O devorador de planetas”, a trilogia incorpora novos elementos para contar uma história que começa no final dos anos 90. De repente, não mais que de repente, vários monstros surgem pelo mundo e destroem tudo que está pela frente. Um deles é Godzilla, que além de passar o rodo nos rivais é invulnerável ao poderio bélico da raça humana, resistindo até a um ataque com 150 ogivas nucleares disparadas de uma só vez.

É no meio desse momento de desespero que duas raças alienígenas, os Exifs e os Bilusaludos, aparecem oferecendo ajuda – os primeiros tentando converter a humanidade a sua religião, os outros oferecendo tecnologia que poderia destruir Godzilla em troca de asilo. Com a ajuda dos Bilusaludos, a raça humana até começa a construir o Meca-Godzilla, mas este é destruído pelo Rei dos Monstros antes de ser ativados. Sem escolha, o que restou da humanidade e os alienígenas são forçados a fugir da Terra em busca de um novo lar, deixando o planeta ao bel prazer de Godzilla.

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Vinte anos depois e a onze anos-luz do lar, sem encontrar um planeta compatível e com poucos recursos para manter todo mundo vivo, a única solução é retornar à Terra e ver se é possível reabitá-la. O problema são as leis da física (Teoria da Relatividade, coisa e tal), e ao chegar ao planeta as três espécies descobrem que se passaram 20 mil anos na terceira pedra ao redor do Sol, com Godzilla sendo a criatura dominante e toda a fauna e flora adaptada ao super lagarto.

A solução, então, é enviar um grupo de 600 pessoas – do total de quatro mil sobreviventes – para tentar destruir Godzilla em seu ponto fraco. A missão é bem-sucedida em relação ao lagartão que eles encontraram, até descobrirem que o Godzilla original virou um mega über monstro de inacreditáveis 300 metros de altura, capaz inclusive de explodir a nave em órbita com seu sopro atômico se mirar para o céu. Dentre os sobreviventes está Haruo Sakaki, que viu seus pais morrerem antes da fuga para o espaço e está cheio de desejo de vingança.

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O rapaz acaba tornando-se o líder da tropa sobrevivente, que terá que encontrar meios de conseguir o que agora se acredita impossível: destruir um titã do tamanho de um arranha-céu de cem andares, sem saber que há um perigo ainda maior escondido entre os tantos segredos que as raças alienígenas guardaram nas duas décadas – além de outras surpresas que não podemos contar.

A trilogia animada de Godzilla tem alguns defeitos, como o ritmo arrastado em determinados momentos, diálogos expositivos ao estilo Christopher Nolan e gambiarras no roteiro dignas de um episódio do Scooby-Doo, mas tem qualidades suficientes para agradar aos fãs e desavisados que toparem com a animação no menu da Netflix. Um dos pontos altos do anime são os efeitos especiais e os cuidados com o design de produção, bem caprichado. As cenas de ação impressionam pela agilidade e velocidade, o visual é deslumbrante, e Godzilla, principalmente o de 300 metros de altura, é um bichão que dá medo de verdade, uma massa de músculos que mais parece uma rocha ambulante.

Além da parte técnica, a trilogia conta com uma história interessante e leva o clássico lagartão para caminhos não imaginados, além de discutir temas como a forma com que tratamos nosso planeta – e as consequências advindas dessa irresponsabilidade -, nossa insignificância em relação ao tamanho do universo e o passar dos séculos, sacrifício pessoal, religião, ética, e por aí vai.

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A trilogia de Godzilla na Netflix é um belo aperitivo antes da estreia do 35º filme estrelado pelo personagem, ou uma sobremesa supimpa para quem quiser mais do monstrengo depois que for ao cinema.

Vida longa e próspera. E obrigado pelos peixes.

(Ah, o final de “Game of Thrones” só piora com o passar dos dias, tá? Já passamos da resignação para a raiva, daqui a pouco chega o ódio)

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