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Quadrinhos para sonhar acordado

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Oi, gente.

Encontrar nas lojas e bancas histórias em quadrinhos assinadas por Warren Ellis e Neil Gaiman é coisa para encher de alegria os coraçõezinhos de nerds e fanboys em geral. Se a prosa vier com os traços de John Cassaday e J.H. Williams III, então, é para o sujeito esquecer que a vida não é um musical e sair cantando e dançando pelas ruas, feito um Fred Astaire pós-moderno (pensando bem, melhor não). Caso o ah migo leitor ou ah miga leitora tenha tomado sua tarja preta ou o mínimo de equilíbrio emocional para interagir de forma não-psicótica com o jornaleiro, a dica da semana é comprar o crossover “Batman/Planetary: Noite sobre a Terra” e o primeiro volume da minissérie “Sandman – Prelúdio”. E tem que ser os dois, camarada, se comprar apenas um deles não vamos mais te levar a sério como ser humano.

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“Sandman – Prelúdio” é o retorno de Neil Gaiman ao personagem que tornou o inglês famoso no final dos anos 80 e início dos 90. Quando a minissérie em seis partes foi anunciada, em 2013, era a versão “volta dos Beatles” para os fãs da Nona Arte; o projeto, porém, teve seu último capítulo lançado nos Estados Unidos somente em setembro, o que fez a Panini lançar o primeiro volume (de um total de três, cada um com duas histórias) apenas este mês.

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A minissérie mostra Morpheus, um dos Perpétuos e governante do Sonhar, em 1915, poucos anos antes dos eventos mostrados no início da sua série pela Vertigo, em 1989. Ele é convocado a se encontrar com outras versões da sua essência, reunidos para descobrir o que levou um dos aspectos do Sonho a morrer. O segundo capítulo deixa em aberto que tal acontecimento é efeito de algo que ele fez muito, muito tempo atrás. O projeto ainda conta com a arte de J.H. Williams III, que mistura diversos estilos ao longo dos capítulos e dá a “Sandman – Prelúdio” o visual onírico que é necessário a uma obra do tipo.

Já “Batman/Planetary: Noite sobre a Terra” foi lançada pela DC/Wildstorm em 2003 e chegou a ser publicada anos atrás pela Pixel, com a Panini relançando agora o material em capa dura. A história mostra os integrantes do Planetary (Elijah Snow, Jakita Wagner e o Baterista) indo até uma Gotham City onde o Batman não existe. Eles estão à procura de John Black, filho de uma das cobaias aprisionadas na Cidade Zero (mostrada na oitava edição da série) e que é capaz de gerar campos de distorção dimensional. E é num desses surtos que Black “pega” um pedaço da Gotham de outra dimensão e traz com ela um certo Homem-Morcego, que logo parte para o confronto com os Arqueólogos do Desconhecido.

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A grande sacada de Warren Ellis é tornar a história mais que um pega-pra-capar entre Batman e o Planetary. Ele faz uma homenagem ao personagem criado por Bob Kane e Bill Finger, apresentando uma versão diferente do herói toda vez que o campo de distorção se manifesta. O Planetary enfrenta o vigilante mascarado na sua versão de 2003, aquela que apareceu pela primeira vez em 1939, o herói-detetive do período Jim Aparo-Neal Adams, uma vinda do futuro, a versão “Cavaleiro das Trevas” de Frank Miller e até mesmo o Batman barrigudo e psicodélico interpretado por Adam West na série de TV. Para não deixar cair o nível, o parceiro de Ellis em “Planetary”, John Cassaday, mostra nesta edição porque é um dos melhores desenhistas surgidos nos 25 anos, com os traços elegantes e detalhistas que fizeram seu nome.

E por enquanto é só. Vida longa e próspera. E obrigado pelos peixes.

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