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‘UnFollow’, uma HQ para ser seguida

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Oi, gente.

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A Vertigo perdeu para a Image (quem diria isso 25 anos atrás!) a honraria de ser a casa dos quadrinhos adultos mais legal do mundo, porém isso não quer dizer que o selo da DC Comics esteja mal das pernas. É a concorrência que aumentou, e também não é todo dia que se tem um “Sandman” dando mole para se manter no topo. Ainda tem muita coisa boa sendo produzida por lá e chegando aqui, como o recente lançamento pela Panini de “UnFollow”, série criada pelo roteirista Rob Williams (“A realeza: mestres da guerra”) e o ilustrador Mike Dowling (“Death sentence”)..

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“UnFollow” trata de assuntos que fazem parte do cotidiano até mesmo de quem não lê histórias em quadrinhos: redes sociais, bilionários do Vale do Silício, subcelebridades, fama efêmera, ganância, crônica dos tempos modernos, morte e outros bichos. Explicando: tem um cara chamado Larry Ferrell, criador de uma rede social revolucionária chamada Headspace (qualquer semelhança Tweeter não é mera coincidência), que ficou bilionário mas vai morrer precocemente, aos 24 anos, por causa de um câncer devastador. Como ainda acredita na humanidade, ele decide doar sua fortuna, 18 bilhões de dólares, para 140 usuários escolhidos aleatoriamente em sua rede social. No total, mais ou menos US$ 128 milhões por cabeça quando o pobre Larry bater as botas.

Até aí tudo bem, pode imaginar o leitor desavisado. Só que tem mais: caso um dos escolhidos também cante pra subir, a grana não passa para os herdeiros; ela volta para o espólio de Larry Ferrell e é redistribuída entre os sobreviventes, e assim progressivamente até que sobre apenas um. A ideia do Larry é mostrar que a humanidade é boa em sua essência, e que ao propor esse “jogo” os seus participantes serão capazes de mostrar o melhor que a humanidade tem a oferecer.

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Resultado? Assim que o Ferrell tem sua morte anunciada, o primeiro dos 140 é assassinado na ilha particular do criador do Headspace, onde todos foram reunidos, criando um clima de terror e paranoia entre os 139 restantes. E entre essa galera tem gente de todo tipo, como a herdeira que havia acabado de abrir mão da herança do pai, um escritor e filósofo japonês com ideias radicais (e que amputou as próprias pernas em um protesto), um jovem americano que sofre com a desigualdade racial e se vê tentado pelo mundo do crime, uma jornalista iraniana e um veterano de guerra que diz conversar com Deus e alucinado por armas. Ah, e ainda tem o assistente do Larry Farrell, um tal Rubinstein, que passa fogo em quem o patrão pedir e é visto o tempo todo com uma máscara bizarra.

O primeiro encadernado de “UnFollow”, com as seis edições iniciais, dá mostra que a história tem muito potencial, reunindo suspense, reflexões sobre nosso mundo conectado, a sociedade contemporânea e os limites da ambição humana, entre outras questões. Vale a pena seguir.

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Vida longa e próspera. E obrigado pelos peixes.

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